O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em recente encontro com integrantes do Movimento Delegados pela Democracia, expressou preocupação com a possibilidade de novas investidas golpistas no Brasil. Ele destacou a “histeria coletiva” que tomou conta de parte da sociedade, mencionando episódios em que bolsonaristas cantaram o hino nacional para pneus e acreditaram em notícias falsas, incluindo boatos de que ele próprio havia sido preso.
Moraes enfatizou que, mesmo entre membros das forças de segurança e do Judiciário, há quem não tenha compreendido plenamente a gravidade dos eventos recentes e o perigo de sua recorrência. “Tanto na polícia quanto no Ministério Público e no Judiciário, tem gente que não entendeu ainda o que nós passamos. E o perigo de isso ressurgir”, alertou o ministro.
O ministro também criticou a celebração de atos antidemocráticos, afirmando que comemorar tentativas de golpe de Estado configura crime. “Não se comemora tentativa de golpe de Estado. Não se comemora tentativa de derrubar os poderes constituídos”, declarou Moraes, ressaltando a necessidade de vigilância contínua e firmeza na defesa da democracia.
As declarações de Moraes ocorrem em um contexto de investigações sobre a tentativa de golpe de Estado no Brasil. Em novembro de 2024, a Polícia Federal iniciou a Operação Contragolpe para apurar crimes relacionados ao plano de impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin. O grupo sob investigação, composto por membros das Forças Especiais do Exército Brasileiro e um policial federal, teria planejado assassinatos e sequestros de autoridades de alto escalão, utilizando táticas militares e terroristas.
Em dezembro de 2024, o ex-ministro da Defesa e ex-general Walter Braga Netto foi preso, acusado de tentar obstruir investigações sobre a tentativa de golpe de Estado.
Diante desse cenário, Moraes reforçou a importância de as instituições e a sociedade permanecerem alertas contra ameaças à ordem democrática, enfatizando que atitudes antidemocráticas não serão toleradas e serão rigorosamente punidas.
