Em tempos de polarização social e conflitos ideológicos, o papel das lideranças religiosas, em especial as evangélicas, ganha destaque no debate público. Mais do que apenas evitar atitudes intolerantes, é necessário adotar posturas que inspiram a convivência pacífica e o amor ao próximo como prática cotidiana.
A mensagem cristã ensina que o amor não é condicional à concordância religiosa ou à aceitação de crenças mútuas. Pelo contrário, é uma manifestação da graça divina que todos recebemos e, portanto, devemos compartilhar. Esse chamado ao exemplo se torna ainda mais relevante quando se considera o crescente impacto da comunidade evangélica no Brasil, que hoje representa uma parcela significativa da população.
Embora a liberdade de expressão religiosa seja um direito inalienável, usá-la como ferramenta de exclusão ou preconceito vai na contramão dos ensinamentos bíblicos. Em Romanos 12:18, o apóstolo Paulo incentiva: “Se for possível, quanto depender de vocês, vivam em paz com todos.” Essa postura exige mais do que tolerância — requer intencionalidade em construir pontes, mesmo em meio às diferenças.
Recentemente, lideranças evangélicas têm sido convocadas por setores da sociedade civil a se posicionar contra atos discriminatórios, principalmente em relação a minorias. A força desse testemunho coletivo pode contribuir para uma sociedade mais inclusiva, onde o respeito mútuo supere barreiras religiosas.
O desafio, portanto, não é apenas evitar a intolerância, mas liderar pelo exemplo. Demonstrar, através de atitudes concretas, que a fé em Cristo promove reconciliação, empatia e unidade em meio à diversidade. Essa responsabilidade não é opcional para quem busca viver uma vida que reflita os princípios do evangelho — é essencial.
Enquanto a sociedade segue debatendo a convivência em um mundo cada vez mais plural, cabe aos evangélicos não apenas reafirmarem suas crenças, mas também praticarem o amor que pregam. Afinal, como disse Jesus, “assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus” (Mateus 5:16).