Uma operação inusitada da polícia peruana em San Bartolo, ao sul de Lima, trouxe à tona uma questão controversa: o uso de fantasias em ações policiais como estratégia de abordagem. Nesta semana, um agente fantasiado de “Grinch” liderou uma invasão à residência de suspeitos de tráfico de drogas, utilizando uma marreta para entrar no local. A ação resultou na apreensão de pequenos pacotes de cocaína, dinheiro e na prisão de três pessoas.
A unidade responsável já é conhecida por incorporar elementos temáticos em operações realizadas em datas festivas, como Halloween e Natal, mas desta vez a escolha de caracterizar o agente como o famoso personagem que “odeia” o Natal chamou atenção internacional. Enquanto alguns consideraram a abordagem criativa, outros questionaram a seriedade e a ética do uso de tais estratégias em operações contra o crime organizado.
Segundo informações divulgadas pelas autoridades, o disfarce teria o objetivo de criar um impacto psicológico nos suspeitos e facilitar a execução da operação. No entanto, imagens do agente “Grinch” carregando a marreta viralizaram nas redes sociais e levantaram debates acalorados. Para críticos, a prática pode desviar o foco da gravidade do crime e colocar em xeque a credibilidade das ações policiais.
Por outro lado, defensores da estratégia apontam que a incorporação de fantasias, além de ser simbólica em períodos festivos, pode ser uma forma de tornar a força policial mais acessível à comunidade e, ao mesmo tempo, transmitir uma mensagem de combate ao crime de maneira inovadora.
Essa não é a primeira vez que a polícia peruana utiliza personagens em suas operações. Durante o Halloween, agentes já foram disfarçados de monstros e zumbis para realizar prisões. Contudo, o impacto de tais abordagens levanta questões importantes sobre os limites entre criatividade e profissionalismo no enfrentamento do crime.
Embora a operação tenha sido bem-sucedida na captura dos suspeitos e na apreensão de entorpecentes, a repercussão do caso sugere que o “Grinch” talvez tenha roubado mais do que a cena – ele colocou a política de segurança pública do Peru sob os holofotes globais.