Oposição fecha fileiras com Zambelli e Ramagem em meio a decisões polêmicas


Brasília, DF – Parlamentares da oposição, majoritariamente do Partido Liberal (PL) e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, intensificaram nos últimos dias o discurso de apoio aos deputados federais Carla Zambelli (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ). O movimento surge em resposta aos recentes processos que ambos enfrentam no Supremo Tribunal Federal (STF), considerados pela base oposicionista como parte de uma escalada de interferência indevida do Judiciário nos demais poderes da República.
O líder da bancada do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), tem sido uma das vozes mais ativas nessa defesa. Em suas manifestações, Cavalcante argumenta que o alegado desequilíbrio entre os Poderes teve seu marco inicial ainda em 2016, quando o STF impediu a nomeação de Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil no governo de Dilma Rousseff.
Em declarações recentes, o deputado Sóstenes Cavalcante elevou o tom, afirmando que não se trata de casos isolados, mas de um “padrão” de decisões do Supremo que estariam “substituindo a democracia por decisões individuais” e “humilhando a soberania popular por interpretações pessoais da Constituição”. O líder do PL convocou ainda as lideranças do Congresso Nacional, de outros partidos e a população a se unirem em defesa da “democracia, liberdade e soberania popular”.
A nota divulgada pelo PL, sob a liderança de Cavalcante, expressa “total apoio” ao deputado Alexandre Ramagem, diante da recente decisão da 1ª Turma do STF que, segundo a legenda, modificou parcialmente uma deliberação da Câmara dos Deputados. A controvérsia reside no fato de que o STF busca corrigir um trecho de um projeto aprovado pelo Legislativo que retroativamente atingiu supostos crimes cometidos por Ramagem antes de sua diplomação como deputado, o que gerou forte reação do PL.
No caso de Carla Zambelli, a situação se intensificou com a formação de maioria na 1ª Turma do STF para sua condenação a 10 anos de prisão. A decisão está relacionada à sua atuação como suposta autora intelectual da invasão aos sistemas eletrônicos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em janeiro de 2023. Durante o processo, Zambelli negou as acusações, enquanto o hacker Walter Delgatti Neto, réu confesso, reafirmou em depoimento que a invasão foi solicitada pela parlamentar. A deputada, em suas redes sociais, manifestou-se após a decisão, declarando que, apesar da “dor de ver a justiça terrena falhar”, sua fé permanece “inabalável” na “Justiça de Deus”. A condenação imposta pelo STF coloca em risco o mandato de Carla Zambelli, sendo a perda do cargo uma das possíveis consequências.
Alexandre Ramagem também não tem tido um caminho fácil no Supremo. O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Bolsonaro continua sendo réu em uma ação que apura sua participação em suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Ele responde por crimes como organização criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado. Recentemente, o STF manteve a ação contra Ramagem, derrubando uma decisão anterior que poderia beneficiar não apenas ele, mas também o ex-presidente Bolsonaro.
Diante deste cenário, a oposição demonstra uma postura unificada em defesa de seus parlamentares, intensificando a retórica contra o que consideram excessos do poder judiciário e reafirmando o discurso de perseguição política. A batalha jurídica e política em torno dos casos de Carla Zambelli e Alexandre Ramagem promete অব্যাহত ficar no centro do debate nacional.

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