Maringá, PR – A manhã da última sexta-feira (25) foi marcada por discussões importantes na sede da Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (AMOP). A Assembleia Ordinária da entidade reuniu prefeitos da região para debater, principalmente, os impactos da implementação do Lote 6 do pedágio, que será administrado pelo Grupo EPR Iguaçu nos trechos rodoviários do Oeste e Sudoeste do estado.
A apresentação da EPR Iguaçu foi o ponto central da pauta, com os gestores municipais buscando informações detalhadas sobre os planos da concessionária e, principalmente, formas de mitigar os efeitos da cobrança tarifária sobre a população e a economia local. Segundo informações apuradas, a preocupação com o aumento dos custos para o transporte de mercadorias, o deslocamento de trabalhadores e o turismo regional foram os principais temas abordados.
Os valores das tarifas do Lote 6, definidos em leilão realizado em dezembro de 2024, já foram divulgados e preveem uma variação para automóveis, acrescida da inflação, em diversas praças. Na BR-277, por exemplo, os valores podem variar entre R$ 13,64 (Cascavel) e R$ 15,74 (São Miguel do Iguaçu). Outras rodovias como a PR-280 (Pato Branco) e a BR-163 (Lindoeste) também terão cobranças, com tarifas iniciais de R$ 9,94 e R$ 17,09, respectivamente, mais a correção inflacionária.
Apesar da apreensão em relação aos custos, a concessão do Lote 6 prevê investimentos significativos em infraestrutura, estimados em cerca de R$ 20 bilhões ao longo dos 30 anos de contrato. Estão planejadas duplicações em aproximadamente 70% dos 662 quilômetros de rodovias abrangidos, além de outras melhorias que visam otimizar o tráfego e aumentar a segurança viária na região. A EPR Iguaçu também poderá implementar o sistema de cobrança “free flow”, sem cancelas, utilizando sensores para leitura de tags ou placas dos veículos, conforme informações divulgadas.
Lideranças do setor produtivo já manifestaram preocupações com o impacto do pedágio, enquanto o Observatório das Concessões da Federação das Indústrias do Paraná (FIEP) realizou cálculos com a correção do IPCA, indicando tarifas que podem chegar a R$ 17,10 em São Miguel do Iguaçu, R$ 14,80 em Cascavel e R$ 18,20 na nova praça de Lindoeste.
Diante desse cenário, a reunião na AMOP demonstra a mobilização dos prefeitos da região em busca de um diálogo construtivo com a concessionária e com o poder público estadual e federal. O objetivo é encontrar soluções que garantam os investimentos necessários para a infraestrutura rodoviária, sem onerar excessivamente a população e os setores produtivos do Oeste e Sudoeste do Paraná. Os próximos passos devem envolver novas reuniões e a busca por alternativas que minimizem os impactos negativos do novo sistema de pedágio.
Pedágio no oeste: prefeitos da AMOP febatem impactos e buscam soluções em reunião com a EPR Iguaçu
