A Petrobras informou nesta segunda-feira (31) que reduzirá o preço do diesel nas distribuidoras em R$ 0,17 por litro a partir de terça-feira (1º). Com o ajuste, o valor médio do combustível passará de R$ 3,72 para R$ 3,55 por litro, uma queda de 4,78%. A medida marca a primeira redução no diesel desde maio deste ano e ocorre em um contexto de pressão do governo federal para conter a inflação e aliviar custos em setores como transporte e logística.
De acordo com a estatal, a redução reflete “o cenário internacional de preços e câmbio”, em linha com sua política de preços, que busca equilíbrio entre competitividade e estabilidade. A empresa destacou ainda que, desde dezembro de 2022, o diesel acumula queda de 20,9% nas bombas, equivalente a R$ 0,94 por litro.
Contexto e impacto econômico
A decisão ocorre após quedas recentes nos preços internacionais do petróleo, influenciadas por tensões geopolíticas atenuadas e expectativas de menor demanda global. Dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) indicam que, mesmo antes do anúncio, o preço médio do diesel já estava em trajetória de leve declínio, com média nacional de R$ 5,89 em junho, ante R$ 6,03 em maio.
Especialistas apontam que a redução pode contribuir para desacelerar a inflação oficial, medida pelo IPCA, já que o diesel impacta diretamente o custo de transporte de mercadorias. Em 2024, o combustível acumula alta de 5,5% no acumulado do ano, segundo o IBGE.
Cenário político e críticas
A medida também atende a uma demanda do governo Lula, que defendeu publicamente ajustes nos preços da Petrobras para evitar pressões sobre a economia. Nos últimos meses, a estatal enfrentou críticas de caminhoneiros e setores produtivos devido aos reajustes anteriores.
Apesar da queda anunciada, entidades como a Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam) afirmam que o preço final nas bombas ainda está distante da realidade internacional, considerando tributos e margens de lucro de distribuidoras.
A Petrobras reforçou que seus preços são apenas uma parte da composição final ao consumidor, que inclui impostos e custos de distribuição. A ANP segue monitorando possíveis irregularidades nas revendas.
Próximos passos
Analistas projetam que novas reduções podem ocorrer caso o barril de petróleo mantenha trajetória de queda nos mercados globais. A estatal deve divulgar na próxima semana seu relatório trimestral, com detalhes sobre o impacto financeiro da medida.
Com informações de Agência Brasil, ANP e Reuters.