PF desmantela operação ousada: armas de guerra do exterior entregues ao tráfico do RJ através de correios e transportadoras


A Polícia Federal (PF) desvendou uma rede internacional de importação de armas de alto poder de fogo destinadas a facções criminosas do Rio de Janeiro. Investigadores revelaram que os armamentos, incluindo fuzis, pistolas e até granadas, eram enviados de países como os Estados Unidos e países do Leste Europeu, camuflados em cargas aparentemente comuns — de equipamentos eletrônicos a peças automotivas. A entrega era feita com ares de legalidade: os pacotes seguiam pelos Correios e por transportadoras privadas, aproveitando brechas na fiscalização de encomendas internacionais.

Segundo a PF, o esquema operava há pelo menos dois anos, com suspeita de envolvimento de funcionários de empresas de logística para burlar inspeções. “Identificamos dezenas de entregas realizadas sem qualquer resistência. As armas chegavam como ‘produtos comerciais’ e eram direcionadas a pontos de coleta controlados por integrantes do tráfico”, afirmou um delegado responsável pela operação, que resultou em 15 prisões e a apreensão de mais de 200 armas.

O caso expõe a sofisticação do crime organizado, que utiliza rotas globais e instituições legítimas para abastecer o mercado ilegal. Para especialistas em segurança, a descoberta é alarmante: “Isso mostra como o tráfico está enraizado em estruturas formais, desafiando até mesmo sistemas de controle federais”, analisa Carla Mendes, pesquisadora em Segurança Pública.

Os Correios emitiram nota afirmando que “cooperam integralmente com as investigações e reforçarão protocolos de verificação”. Já o Ministério da Justiça destacou que a operação reforça a necessidade de investimento em inteligência fronteiriça. Enquanto isso, no Rio, comunidades vivem sob o temor de que parte do arsenal já tenha alcançado as ruas, alimentando a violência que assola o estado.

A investigação segue em sigilo, com indícios de que o esquema possa ter ramificações em outros estados. A pergunta que fica é: quantas redes como essa ainda operam sob o véu da normalidade?

Abrir bate-papo
Como podemos ajudá-lo?
Verified by MonsterInsights