Polêmica no Paraná: diretor da estatal opta por obra de R$ 752 mi na Unila em vez de reduzir conta de luz


Diretor de estatal prioriza construção da Unila em Foz do Iguaçu em detrimento de subsídio na conta de luz

Decisão de Enio Verri, com aval do Ministério da Energia, gera críticas por uso de recursos que poderiam reduzir tarifas em até 30%. Obra na universidade custará R$ 752 milhões.

Foz do Iguaçu (PR) – O diretor-presidente de uma estatal brasileira, Enio Verri, está no centro de uma controvérsia após optar por destinar R$ 752 milhões para a construção de um novo prédio da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), em Foz do Iguaçu, no Paraná, em vez de subsidiar a conta de energia elétrica da população. A decisão, autorizada pelo Ministério da Energia, ocorre em um momento em que consumidores enfrentam tarifas elevadas, com o preço do MWh (Megawatt-hora) atingindo US$ 16,71 na região.

Segundo cálculos internos, o valor direcionado à obra universitária poderia ter reduzido a tarifa de energia em cerca de 30%, beneficiando milhares de famílias de baixa renda. A queda representaria uma economia de aproximadamente US$ 12 por MWh, alívio significativo em um cenário de custo de vida crescente. A escolha, no entanto, afastou a possibilidade de o Partido dos Trabalhadores (PT), ao qual Verri é vinculado, reforçar sua imagem como defensor de políticas sociais diretas.

Críticas e justificativas
Especialistas em energia e líderes de oposição questionam a prioridade dada ao projeto da Unila. “Em um país com desigualdade energética, subsidiar tarifas deveria ser urgência. A obra é importante, mas não resolve a emergência econômica das famílias”, afirmou um economista ouvido pela reportagem.

Já a defesa de Verri e do Ministério da Energia ressalta o caráter estratégico da Unila, instituição que promove integração acadêmica na América Latina. Em nota, a estatal afirmou que o investimento em educação “gera desenvolvimento de longo prazo” e que “outros programas sociais estão em curso para auxiliar na conta de luz”.

Contexto nacional
A discussão ocorre em meio a debates sobre a eficácia de subsídios energéticos no Brasil. Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostram que, em 2023, apenas 15% dos recursos federais para o setor foram destinados a tarifas sociais, enquanto grandes obras consumiram 62% do orçamento.

Repercussão nas redes
Nas redes sociais, a hashtag #ObraOuLuzBarata viralizou, com usuários divididos entre apoiadores do investimento em educação e críticos que exigem transparência. “Enquanto a Unila ganha prédio novo, meu bairro sofre com apagões”, comentou um morador de Foz do Iguaçu no Twitter.

O Que diz a lei?
Advogados ponderam que a decisão não viola normas, já que o repasse para universidades públicas é permitido. Contudo, o debate segue acalorado: será ético priorizar infraestrutura acadêmica em detrimento de alívio imediato para a população?


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