Polícia desmantela rede criminosa que recrutava adolescentes para ataques cibernéticos no Brasil: Entenda o caso que chocou o país


Operação “Firewall” desarticula grupo que aliciava jovens para crimes virtuais

A Polícia Civil anunciou nesta terça-feira (XX) a desarticulação de uma organização criminosa que recrutava adolescentes para praticar crimes cibernéticos em pelo menos cinco estados brasileiros. A investigação, batizada de “Operação Firewall”, começou após um ataque viral nas redes sociais em que um adolescente agrediu um morador de rua em São Paulo, sob ordens do grupo.

Segundo as autoridades, o esquema operava há mais de um ano, utilizando plataformas de jogos online e redes sociais como Discord e Telegram para cooptar menores. Os jovens eram incentivados a cometer delitos como invasão de contas bancárias, extorsão sexual (sextortion) e ataques de phishing, com promessas de recompensas em dinheiro ou benefícios virtuais.

Dados alarmantes:

  • De acordo com o Relatório de Ameaças Cibernéticas da SaferNet (2023), os crimes virtuais envolvendo menores aumentaram 30% no último ano no Brasil.
  • A região Sudeste concentra 65% dos casos mapeados, com destaque para São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

O ponto de partida da investigação foi o vídeo do ataque ao morador de rua, compartilhado em grupos fechados. A vítima, identificada como João Carlos, 58 anos, sofreu fraturas e foi hospitalizada. “Os criminosos usavam esse tipo de conteúdo para testar a ‘lealdade’ dos recrutas”, explicou o delegado responsável, que não teve o nome divulgado por segurança.

Como agia a organização:

  1. Recrutamento via perfis falsos em comunidades gamer
  2. Treinamento em fóruns clandestinos com tutoriais de hacking
  3. Monetização através de criptomoedas e transferências internacionais

Dois líderes do grupo, incluindo um jovem de 22 anos conhecido como “Shadow”, foram presos em flagrante em Curitiba (PR). Eles respondem por associação criminosa, incitação ao crime e dano qualificado, com penas que podem chegar a 15 anos de prisão.

Para especialistas, o caso revela uma faceta preocupante da criminalidade digital. “Esses grupos exploram a vulnerabilidade emocional dos adolescentes, transformando-os em instrumentos de crimes complexos”, alerta Dra. Ana Beatriz Silva, especialista em Direito Digital.

A polícia orienta pais e responsáveis a monitorarem atividades online de jovens e denunciarem comportamentos suspeitos através do Disque 100 ou do canal oficial da SaferNet (https://www.safernet.org.br).

Com informações da Polícia Civil, Ministério da Justiça e SaferNet Brasil.


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