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Maringá, PR – Uma polêmica bilionária agita o cenário político do Paraná. O Governo Ratinho Jr. segue adiante com a licitação do programa “Descomplica Paraná”, inspirado no modelo paulista “Poupatempo”, mesmo após uma decisão do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) suspender o processo em outubro de 2024. A alegação da justiça era o favorecimento de uma única empresa, restringindo a competitividade do certame.
Apesar da liminar em vigor, o governo estadual manteve a abertura dos envelopes com as propostas. Para a surpresa de muitos, o consórcio Shopping Cidadão, com sede no Ceará, apresentou a proposta de menor valor, despontando como o provável vencedor da licitação. Essa movimentação acende um alerta ainda maior sobre um possível direcionamento do processo, conforme já havia sido apontado pelo deputado estadual Arilson Chiorato (PT-PR), líder da oposição, em fevereiro deste ano.
A situação ganhou contornos ainda mais preocupantes com a atuação do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR). O órgão recebeu uma denúncia formal sobre o favorecimento e direcionamento da licitação, corroborando a informação de que apenas um grupo empresarial conseguiria atender integralmente às exigências do edital. Além disso, o TCE-PR identificou um possível sobrepreço de R$ 209 milhões no valor da licitação, levantando sérias dúvidas sobre a economicidade do projeto.
Em sua manifestação, o deputado Arilson Chiorato criticou duramente a insistência do governo em prosseguir com a licitação: “O Governo Ratinho Jr. está indo contra a decisão do Tribunal de Justiça do Paraná, dando sequência à licitação bilionária do Programa Descomplica Paraná. A pressa em concluir a contratação só aumenta as suspeitas! Precisamos seguir o caminho da legalidade, da transparência e da ampla concorrência! Seguimos fiscalizando!”.
Para o deputado, o desrespeito à decisão judicial compromete a credibilidade de um contrato de tamanha magnitude. “Estamos falando de um contrato de enorme impacto. O governo fez ajustes pontuais, mas manteve aspectos centrais que comprometem a lisura da disputa. Isso enfraquece a confiança da sociedade”, declarou Arilson, reforçando que a oposição não é contrária ao programa “Descomplica Paraná” em si, mas sim à forma como a licitação está sendo conduzida.
A expectativa agora recai sobre os próximos passos do Tribunal de Justiça e do Tribunal de Contas do Estado, que devem continuar investigando as denúncias de irregularidades. A sociedade paranaense aguarda por respostas e pela garantia de que os recursos públicos sejam utilizados de forma transparente e eficiente, sem que a pressa em implementar um programa comprometa a legalidade e a concorrência.
“Poupa Tempo” da discórdia:licitação bilionária no Paraná ignora justiça e alerta para R$ 209 milhões em sobrepreço
