O procurador-geral da República, Paulo Gonet, posicionou-se contra o pedido de revogação da prisão preventiva do general Mário Fernandes, figura central nas investigações da Polícia Federal (PF) sobre um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. A prisão, efetuada no início de dezembro, segue causando repercussão política e jurídica no país.
Mário Fernandes, que ocupava o cargo de executivo na Secretaria-Geral da Presidência durante o governo de Jair Bolsonaro, foi detido em meio às investigações sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A PF identificou o general como um dos principais articuladores do esquema que visava atentar contra líderes eleitos e uma das figuras mais influentes do Poder Judiciário.
Em sua manifestação, Gonet destacou que a prisão preventiva do militar foi devidamente fundamentada e atende aos requisitos legais para a proteção das investigações em curso. Para o procurador-geral, liberar o acusado nesse momento representaria um risco não apenas ao andamento das apurações, mas também à segurança de testemunhas e ao controle da ordem pública.
O caso ganhou ampla repercussão devido à gravidade das acusações. A investigação aponta que o plano envolvia a formação de uma rede de apoio para executar os ataques de maneira coordenada, aproveitando-se da instabilidade política gerada pelas manifestações golpistas que se intensificaram no período pós-eleitoral.
A defesa de Mário Fernandes, por sua vez, argumenta que a prisão é excessiva e não apresenta fundamentos suficientes para justificar a detenção contínua. Os advogados do general insistem que ele não representa perigo à sociedade e pedem medidas alternativas, como o uso de tornozeleira eletrônica.
Enquanto isso, as investigações avançam para identificar outros envolvidos no esquema e apurar possíveis conexões com figuras influentes do governo anterior. O episódio lança luz sobre os bastidores da tentativa de golpe e reforça o clima de tensão entre diferentes esferas do poder no Brasil.
O julgamento do caso promete ser um dos mais emblemáticos na história recente do país, simbolizando um enfrentamento direto entre a Justiça e as forças que buscaram desestabilizar o processo democrático.