Maringá, PR – Uma decisão do Conselho Tutelar tem gerado debates acalorados nas redes sociais e nos bastidores religiosos do país. O adolescente Miguel Oliveira, de apenas 14 anos, conhecido por seus vídeos de pregação que alcançaram a marca de mais de um milhão de seguidores no Instagram, foi proibido de exercer o ministério religioso e de utilizar suas contas nas plataformas digitais por tempo indeterminado.
A medida, divulgada nesta semana, visa, segundo informações apuradas, proteger o jovem da intensa exposição midiática e garantir seu retorno às aulas presenciais. Conforme relatos, Miguel Oliveira estudava de forma online, e o Conselho Tutelar considerou fundamental seu retorno ao ambiente escolar tradicional. Além disso, todos os eventos de pregação agendados pelo adolescente foram cancelados.
A notoriedade de Miguel Oliveira cresceu exponencialmente nos últimos meses, impulsionada por vídeos que viralizaram, muitas vezes envoltos em polêmicas. Um dos casos que ganhou grande repercussão foi um vídeo em que o jovem missionário sugeria a uma mulher supostamente curada de leucemia que rasgasse seus exames médicos, proferindo frases como “Eu rasgo o câncer, eu filtro teu sangue e eu curo a leucemia”. Tais atitudes geraram indignação e discussões acaloradas nas redes sociais, com muitos questionando a veracidade das alegações e a ética da exposição.
O Ministério Público de São Paulo chegou a investigar ameaças de morte que o adolescente teria recebido online, evidenciando a polarização de opiniões em torno de sua figura. Apesar da decisão do Conselho Tutelar, a família do jovem manifestou, através de um pastor próximo, tristeza com a situação, mas declarou acatar a decisão para evitar maior exposição de Miguel. “Estamos tristes, mas optamos por afastá-lo para evitar mais exposição. Ele aceitou de boa a decisão”, informou Marcio Silva, conforme noticiado pelo Blog do Elvis.
A proibição levanta questões importantes sobre a exploração da fé e da imagem de crianças e adolescentes, bem como sobre os limites da liberdade religiosa e de expressão, especialmente no ambiente digital. O caso de Miguel Oliveira reacende o debate sobre o papel do Conselho Tutelar na proteção integral dos direitos de crianças e adolescentes, ponderando a linha tênue entre o talento precoce e a superexposição prejudicial ao desenvolvimento saudável.
Enquanto a poeira da decisão do Conselho Tutelar levanta novas discussões, o futuro do “profeta mirim” nas redes sociais e nos púlpitos permanece incerto. A determinação visa, primordialmente, o bem-estar e a proteção integral do adolescente, colocando em xeque um fenômeno midiático que dividiu opiniões e acendeu um alerta sobre a infância e a fé no Brasil contemporâneo.
“Profeta Mirim” silenciado? Conselho Tutelar veta pregações e redes sociais de adolescente com milhões de seguidores
