Sem diálogo, prefeito de SP envia reajuste de 2,6% a servidores; sindicatos anunciam greve geral e criticam ‘humilhação’


Prefeito ignora negociações e propõe aumento abaixo da inflação; entidades prometem paralisações e pressionam Câmara

Em meio a uma campanha salarial tensa, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), enviou à Câmara Municipal, nesta quinta-feira (10/04/2025), um projeto de reajuste de 2,6% para servidores ativos e aposentados com paridade, além de 6,7% para o piso docente, sem consultar sindicatos ou categorias. A proposta, definida como “ridícula” e “humilhante” pelas entidades, já gerou reações imediatas: greves e manifestações estão sendo organizadas para pressionar a administração municipal [contexto do usuário].


Detalhes do projeto e histórico de conflitos

O PL 416/2025 prevê:

  1. 2,6% de aumento a partir de maio de 2025;
  2. 2,55% em 2026;
  3. 6,7% exclusivos para o piso inicial da carreira docente (CAT.1 – QPE – 11A) [contexto do usuário].

A decisão contrasta com o aumento de 46% que Nunes recebeu em 2022, quando seu salário saltou de R$ 24 mil para R$ 35 mil . Na época, o reajuste gerou críticas por beneficiar altos cargos enquanto servidores de base recebiam ajustes mínimos – em 2024, por exemplo, a Câmara aprovou um reajuste de 2,16%, classificado por sindicatos como “abaixo da inflação” .

Para professores, a proposta atual também é considerada insuficiente. Em 2023, a Prefeitura ofereceu um reajuste de 22,7% via subsídio para a categoria, mas a alternativa de 3% linear foi vista como um retrocesso . Agora, os 6,7% propostos são tidos como “uma migalha” diante da inflação acumulada e da desvalorização histórica do magistério.


Reações das entidades: “É guerra declarada”

A Coeduc – coalizão que reúne SINPEEM, SINESP e SEDIN – classificou o projeto como um “ataque aos direitos” e marcou reuniões urgentes para organizar paralisações regionais e uma greve geral. A entidade alega que o governo “ignorou todas as pautas apresentadas” e priorizou “cortes orçamentários em vez de valorização” [contexto do usuário].

O SINPEEM, maior sindicato da educação municipal, convocou assembleias nesta sexta-feira (11/04) na Casa de Portugal, na Liberdade, para mobilizar representantes de escolas. A categoria já acumula insatisfação: em 2022, o piso inicial de professores com 40 horas era de R$ 5.050, valor que, mesmo após reajustes, não acompanhou a alta de custos .


Contraste com gestão Nunes: aumentos para aliados x servidores

A administração Nunes é marcada por polêmicas salariais. Enquanto o prefeito aprovou seu próprio aumento em 2022, servidores enfrentaram anos de reajustes simbólicos – entre 2021 e 2023, o acumulado foi de 7,16%, abaixo da inflação do período . Vereadores da oposição, como Luana Alves (PSOL), já denunciaram que a gestão “terceiriza serviços públicos e desvaloriza funcionários” .

Agora, a falta de diálogo reforça a crítica. “Nunes governa para as elites, não para quem mantém a cidade funcionando”, afirmou Cláudio Fonseca, líder sindical, em referência a medidas anteriores que beneficiaram carreiras de alto escalão .


Próximos passos: pressão na Câmara e risco de paralisações

A Câmara Municipal, dominada por aliados de Nunes (como PP, PL e Republicanos ), tende a aprovar o projeto, mas sindicatos prometem pressionar vereadores. Em 2024, a bancada do PT e PSOL rejeitou reajustes baixos, chamando-os de “confisco” .

Enquanto isso, a greve geral é vista como inevitável. “Não há alternativa senão parar a cidade”, declarou um representante do SINPEEM. Com escolas, postos de saúde e serviços públicos ameaçados, a administração Nunes enfrenta seu maior desafio desde a reeleição em 2024 .


Para saber mais: Acompanhe as atualizações sobre o PL 416/2025 e os protestos no Portal da Câmara de São Paulo e nos sites dos sindicatos envolvidos.

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