Cianorte, PR — Alisson Silva dos Santos, de 31 anos, preso por perseguir e ameaçar mulheres em Cianorte, no noroeste do Paraná, ampliou seu rastro de violência ao vitimar uma segunda mulher, que relatou receber 600 transações Pix em um único dia com mensagens assediadoras e ameaças. O caso, investigado pela Polícia Civil (PC-PR), expõe táticas de perseguição que resultaram em demissões, término de relacionamentos e trauma emocional às vítimas .
Perseguição via Pix e ameaças
A segunda vítima, uma mulher de 40 anos, procurou a polícia após descobrir o primeiro caso envolvendo Alisson. Em depoimento, ela detalhou que o stalker enviou 600 Pix em 24 horas, com valores entre R$ 0,01 e R$ 10, acompanhados de mensagens como “Preciso te ver” e cobranças agressivas pelos valores transferidos. Os prints das conversas, registrados como prova, mostram a insistência do acusado em marcar encontros e ameaças veladas .
A perseguição ocorreu entre novembro de 2024 e janeiro de 2025. Alisson descobriu o local de trabalho da vítima — uma loja de shopping — pelo site do estabelecimento e passou a enviar presentes, como chocolates, flores e sorvetes, durante cinco dias seguidos. Após ser bloqueado, ele contactou a patroa da mulher para obter seu número pessoal e enviou mensagens a outras funcionárias, gerando medo de demissão .
Rastro de destruição: emprego e relacionamento perdidos
A primeira vítima, uma jovem de 20 anos, conheceu Alisson em um mercado onde trabalhava. O suspeito, após enviar presentes e monitorar suas redes sociais, espalhou mentiras sobre ela para o namorado, causando o término do relacionamento. Em seguida, contactou o gerente do local, levando à demissão da mulher. Ao fugir para a casa de uma amiga, ela foi seguida por Alisson, que tentou invadir o local — episódio que resultou na prisão em flagrante do acusado em 3 de abril .
Investigações e prisão preventiva
O delegado Cássio Henrique Dias de Souza, responsável pelo caso, finalizou o inquérito e indiciou Alisson pelos crimes de perseguição (stalking) e dano emocional, previstos no Código Penal desde 2021. A prisão em flagrante foi convertida em preventiva, e o processo foi encaminhado ao Ministério Público do Paraná (MP-PR), que decidirá sobre a denúncia .
Após a divulgação da prisão, outras duas vítimas — de Cianorte e Mariluz — relataram padrões semelhantes de abordagem: elogios iniciais, envio de presentes e ameaças caso rejeitado. “Ele dizia não conhecer seus próprios limites e o que era capaz de fazer”, destacou o delegado .
Orientação às vítimas de stalking
O aspirante da Polícia Militar Maicon Quintiliano reforça a importância de coletar provas, como prints de conversas, e registrar boletim de ocorrência. “Em emergências, acione a PM. Caso contrário, procure a delegacia para formalizar a denúncia e iniciar diligências”, orientou .
Impacto social: O caso evidencia a gravidade do stalking, crime que afeta a liberdade e a saúde mental das vítimas. Autoridades alertam para a necessidade de denúncias imediatas e reforçam: perseguição não é “excesso de paixão”, mas violência.
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