Na madrugada de sexta-feira (17), uma balsa carregada de soja colidiu com duas casas flutuantes na comunidade de Urumatuba, zona rural de Manicoré, interior do Amazonas, resultando no desaparecimento de Talita Ferreira Lago, de 22 anos, e seus três filhos, Everson (4 anos), Thalia (2 anos) e Isadora (1 ano).
O impacto destruiu completamente as estruturas de madeira das residências. Moradores locais relataram que, no momento da colisão, dez pessoas estavam nas casas flutuantes; seis conseguiram escapar com vida. As buscas pelas vítimas foram iniciadas imediatamente, com a mobilização de populares e, posteriormente, de equipes especializadas.
No domingo (19), o corpo de Talita foi encontrado nas proximidades do local do acidente e encaminhado ao hospital municipal de Manicoré. Seus três filhos permanecem desaparecidos.
O comandante da balsa alegou que o peso da embarcação e sua baixa velocidade impediram que ele evitasse o acidente. A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar o caso sob a acusação de homicídio culposo, quando não há intenção de matar, mas ocorre morte por negligência ou imprudência. Tanto o comandante quanto o subcomandante da embarcação já foram ouvidos pelas autoridades locais.
A Marinha do Brasil, a Defesa Civil e as polícias Civil e Militar de Manicoré estão envolvidas nas operações de busca, utilizando equipes de mergulhadores e lanchas para localizar as crianças desaparecidas. As autoridades locais, incluindo a Prefeitura de Manicoré, estão prestando apoio e mobilizando recursos para garantir a continuidade das buscas e a responsabilização dos envolvidos.
Este trágico incidente reacende debates sobre a segurança no transporte fluvial e a fiscalização das embarcações que trafegam pelo Rio Madeira, muitas vezes transportando grandes cargas. A comunidade de Urumatuba clama por respostas e exige que os responsáveis sejam devidamente punidos.