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Em uma escalada nas tensões diplomáticas, o Reino Unido anunciou nesta terça-feira (20) a suspensão imediata das negociações com o governo israelense, liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. A decisão, divulgada pelo secretário de Relações Exteriores britânico, David Lammy, ocorre em resposta ao crescente bloqueio da entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza e à nova ofensiva militar israelense no enclave palestino.
A medida drástica foi comunicada ao Parlamento por Lammy, que enfatizou a incompatibilidade das ações israelenses com os princípios que sustentam a relação entre os dois países. “Não podemos ficar parados diante dessa nova deterioração. Ela é incompatível com os princípios que sustentam nosso relacionamento”, declarou o chanceler britânico.
Além da suspensão das negociações, a embaixadora de Israel em Londres, Tzipi Hotovely, foi convocada ao Ministério das Relações Exteriores para prestar esclarecimentos sobre a conduta de Israel. Lammy deixou claro o descontentamento do Reino Unido com a situação, afirmando que “o mundo está julgando, a história os julgará. Bloquear a ajuda, expandir a guerra, ignorar as preocupações de seus amigos e parceiros. Isso é indefensável e precisa acabar”.
A decisão do governo britânico, chefiado pelo primeiro-ministro Keir Starmer, surge menos de 24 horas após o Reino Unido, juntamente com França e Canadá, ter assinado uma carta ameaçando impor “ações concretas” contra Israel caso a situação humanitária em Gaza não apresente melhoras significativas.
Em resposta ao anúncio, o Ministério das Relações Exteriores de Israel lamentou a decisão britânica, acusando Londres de agir por “obsessão anti-Israel” e por “considerações políticas internas”. A pasta israelense defendeu que um acordo comercial traria benefícios mútuos e questionou a disposição do Reino Unido em “prejudicar a economia britânica”.
A suspensão das negociações e a convocação da embaixadora representam um aumento significativo na pressão internacional sobre Israel em relação ao conflito em Gaza. Organizações internacionais, como a ONU, têm alertado para a grave crise humanitária na região, com milhares de bebês em risco de morrer por falta de acesso a suprimentos básicos. A atitude do Reino Unido demonstra uma crescente impaciência da comunidade internacional com as políticas de Israel e pode influenciar outros países a adotarem medidas semelhantes.
Ultimato britânico: negociações com Israel suspensa e embaixadora convocada em meio à crise em Gaza
