“Vice ouviu?”: Vereador de Maringá provoca polêmica ao usar termo homofóbico durante sessão da Câmara

Uma sessão ordinária da Câmara Municipal de Maringá, no Paraná, foi marcada por constrangimento na terça-feira (11). O vereador Maninho (Republicanos), ao defender um projeto de conscientização sobre saúde, dirigiu um termo pejorativo e homofóbico ao colega de parlamento Flávio Mantovani (PSD). A cena, registrada em vídeo e que viralizou nas redes sociais, gerou revolta e debates sobre respeito à diversidade no Legislativo.

O incidente:
Maninho iniciava seu discurso sobre um projeto que alertaria a população sobre a prevenção de “tumores malignos” quando, de forma abrupta, interpelou Mantovani: “Vereador Flávio, é um tumor maligno, você não queria explicação? Presta atenção lá, viado”. A plateia presente reagiu com choque, e o autor do comentário, percebendo o erro, interrompeu a fala para pedir desculpas: “Peço desculpas pela palavra, não foi essa a intenção”, justificou, antes de retomar a defesa do projeto.

Repercussão imediata:
Nas redes, o vídeo ultrapassou 500 mil visualizações em menos de 24 horas, com críticas à naturalização de linguagem discriminatória. Internautas destacaram a contradição: enquanto Maninho falava sobre “combater males”, reproduziu um discurso ofensivo. O Coletivo LGBTQIA+ de Maringá emitiu nota repudiando o episódio e cobrou “medidas institucionais”.

Contexto ampliado:
Apesar do pedido público de desculpas, especialistas em Direito lembram que o uso do termo “viado” em contexto pejorativo pode configrar injúria racial ou discriminação por orientação sexual, passível de ação judicial. Em 2023, o STF equiparou a homofobia ao crime de racismo, com penas de até cinco anos de prisão.

E o vereador Flávio Mantovani?
Procurado, Mantovani limitou-se a dizer que “avalia juridicamente o caso”. Colegas da Casa, sob condição de anonimato, relataram à imprensa que a relação entre os dois já era “tensa” devido a embates políticos anteriores.

O projeto em debate:
Ironia ou não, a proposta defendida por Maninho previa campanhas educativas sobre diagnóstico precoce de câncer. A justificativa do parlamentar citava “a necessidade de salvar vidas através da informação”.

O que diz a legislação interna?
O Regimento Interno da Câmara de Maringá prevê que ataques pessoais podem levar à suspensão de parlamentares. A Mesa Diretora informou que analisará o caso para decidir se abre processo ético. Já a bancata do Republicanos no Paraná evitou comentar o fato, afirmando apenas que “o vereador já se retratou”.

Próximos passos:
Enquanto organizações cobram punição exemplar, o episódio reacende o debate sobre capacitacao de políticos em comunicação não violenta. Para cientistas políticos, casos como este expõem a urgência de mecanismos que coíbam discursos de ódio, mesmo que “disfarçados de gafes”.

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