Circula nas redes sociais um vídeo antigo de Copacabana lotada sendo atribuído a ato por anistia em 2025; saiba a verdade
Um vídeo que mostra a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, repleta de pessoas tem sido compartilhado nas redes sociais com a alegação falsa de que foi gravado durante um suposto “ato pela anistia aos golpistas presos após os ataques de 8 de janeiro de 2023”. As publicações, que acumulavam 1.800 curtidas no Instagram e centenas de compartilhamentos no Facebook até esta segunda-feira (17), vinculam as imagens a um evento ocorrido em março de 2025. Entretanto, trata-se de uma desinformação: o registro é de 7 de setembro de 2021, durante manifestações públicas na época.
A verificação foi realizada pelo aosfatos.org, agência de checagem associada à International Fact-Checking Network (IFCN). O material original foi publicado na rede social X (antigo Twitter) pelo deputado federal Mário Frias (PL-SP), em 2021, durante os atos pró-governo realizados naquele ano. À época, o vídeo simbolizava o apoio de parte da população às gestões federais, mas foi recentemente descontextualizado para alimentar narrativas políticas atuais.
Origem do vídeo e descontextualização
O registro original, disponível em arquivos públicos da internet, mostra bandeiras do Brasil e faixas alusivas ao movimento de 2015, além de características climáticas e de iluminação típicas do mês de setembro (período de seca no Rio). Já as publicações falsas omitiram a data real e inseriram mensagens como “O povo nas ruas em 2025 pedindo justiça”, associando indevidamente o vídeo a um contexto futuro.
Especialistas alertam para riscos da desinformação
A manipulação de registros históricos para fins políticos tem se tornado uma prática recorrente, segundo analistas. Para Carolina Matos, doutora em Comunicação pela UFRJ, “a reutilização de vídeos antigos busca criar uma falsa sensação de apoio popular, distorcendo a realidade e confundindo o debate público”.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reforça a importância de checar a data e a fonte de conteúdos nas redes. Ferramentas como Google Lens e plataformas de fact-checking (como Aos Fatos e Lupa) permitem rastrear a origem de imagens e vídeos em segundos.
Como identificar fake news?
- Verifique a data: Vídeos antigos muitas vezes têm elementos visuais (como roupas, placas ou eventos) que revelam o período real.
- Consulte fontes oficiais: Sites do TSE, Ministério Público e agências de checagem são aliados.
- Desconfie de emoções exacerbadas: Conteúdos que incitam ódio ou urgência costumam ser falsos.
Conclusão: A viralização do vídeo de Copacabana reforça a necessidade de atenção aos detalhes e à checagem de fatos. Enquanto a internet amplifica vozes, também exige responsabilidade de quem consome e compartilha informações.
Fontes: Aos Fatos, Google Trends, Tribunal Superior Eleitoral (TSE), arquivos digitais de redes sociais.
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