Vídeo em viatura expõe acusação de estupro PMs presos após jovem registrar abusos durante carona irregular


Uma jovem de 22 anos registrou em vídeo momentos dentro de uma viatura policial ao acusar dois PMs (Policiais Militares) de estupro na última terça-feira (XX). Os agentes, identificados como Sgt. João Silva, 34, e Cb. Pedro Costa, 29, foram presos preventivamente após darem uma carona irregular à vítima no bairro da Luz, região central de São Paulo. O caso, que chocou a opinião pública, reacende debates sobre abuso de autoridade e violência contra mulheres no país.

Detalhes do Caso:
De acordo com o boletim de ocorrência, a vítima relatou que os policiais se aproximaram dela por volta das 23h, oferecendo “proteção”. Ao entrar no veículo, a jovem percebeu comportamento suspeito e, temendo pela segurança, ativou discretamente a câmera do celular. Nas imagens, obtidas pelo G1, ouvem-se ameaças e o momento em que um dos PMs desativa o rastreador da viatura. A gravação, de 15 minutos, foi entregue à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e é considerada crucial pela Justiça.

Reações e Investigação:
Os PMs foram afastados e respondem por estupro, cárcere privado e violação de dever funcional. A defesa dos acusados nega as acusações e alega que a carona era “ação de patrulhamento comunitário”. Já a advogada da vítima, Dra. Ana Lúcia Mendes, destacou à Folha de S.Paulo: “A coragem dela em documentar o crime foi essencial. Isso mostra como a tecnologia pode ser aliada no combate à impunidade”.

Contexto Nacional:
O caso ocorre em meio a um aumento de 12% nas denúncias de violência sexual contra mulheres no estado de São Paulo em 2023, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Especialistas apontam que apenas 3 em cada 10 vítimas registram queixa, muitas por medo de represálias. “A autoridade policial não pode ser instrumento de terror. Precisamos de mais transparência, como câmeras em viaturas”, afirmou a socióloga Marina Oliveira, da USP, em entrevista à CNN Brasil.

Próximos Passos:
A Polícia Civil investiga se os PMs envolvidos têm histórico de violações. Enquanto isso, movimentos feministas marcaram um ato para esta sexta-feira (XX) em frente ao Comando Geral da PM, exigindo justiça e políticas de prevenção. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) declarou que o caso será “apurado com rigor” e prometeu reforçar treinamentos de direitos humanos para as tropas.


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