​José Gieteski, de 83 anos, estava dentro de casa quando ventos de até 418 km/h arremessaram o imóvel a cerca de 30 metros de distância. Já a foto da família foi parar do outro lado do estado, em um episódio que sublinha a força devastadora do fenômeno e a dimensão da tragédia que vitimou a cidade de Rio Bonito do Iguaçu e outras 32 cidades.

​O Paraná viveu momentos de terror e contabiliza uma tragédia sem precedentes após a passagem de múltiplos tornados, sendo um deles reclassificado para a categoria F4, com ventos que puderam ultrapassar os 418 km/h. O cenário de destruição total, que afetou cerca de 90% da área urbana de Rio Bonito do Iguaçu, a cidade mais castigada, ganhou um contorno dramático e inusitado com o resgate de uma foto de família, arremessada a 220 quilômetros de distância de sua casa original.

​A imagem pertencia a José Gieteski, um idoso de 83 anos que, tragicamente, estava dentro de sua residência quando a força do vento a arremessou a 30 metros de onde estava construída. “Não ficou nem uma tábua no lugar”, relatou um familiar, expressando o grau de aniquilação sofrido pela propriedade e o trauma da perda.

​🏠 A dimensão da catástrofe

​O episódio da foto que cruzou o estado, indo parar muito além da área inicial de impacto, ilustra de forma clara a intensidade do tornado que atingiu o município.

• ​Vítimas: O Paraná confirmou a sétima morte em decorrência dos tornados, seis delas em Rio Bonito do Iguaçu e uma em Guarapuava. Entre os mortos em Rio Bonito do Iguaçu, estava um homem de 83 anos (José Gieteski, segundo o relato original), além de outras vítimas com idades que variavam de 14 a 57 anos.
• ​Destruição em massa: Em Rio Bonito do Iguaçu, os ventos, estimados entre 300 km/h e 330 km/h inicialmente (e reclassificados para F4 em um dos tornados), causaram estragos em ao menos 90% da área urbana, deixando mais de 700 feridos e cerca de 1.000 pessoas desalojadas.
• ​Intensidade do Fenômeno: O Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná) confirmou a ocorrência de três tornados simultâneos. Um deles, que atingiu Rio Bonito do Iguaçu, chegou a ser reclassificado para a categoria F4, indicando uma catástrofe “sem precedentes”, nas palavras do governo estadual.
• ​Solidariedade e ajuda humanitária: Após decretar estado de calamidade pública em Rio Bonito do Iguaçu e situação de emergência em outras 32 cidades, o governo estadual e o governo federal mobilizaram uma grande força-tarefa de socorro. Mais de 835 atendimentos foram realizados, e unidades de saúde em cidades vizinhas como Laranjeiras do Sul e Guarapuava foram mobilizadas para prestar assistência aos feridos.

​O resgate da foto, a centenas de quilômetros de distância, serve como um poderoso símbolo da força implacável da natureza e, ao mesmo tempo, de um pequeno fragmento de memória que resistiu à fúria do vento, retornando à família em meio ao luto e à desolação.