Em uma ação de reforço ao policiamento de proximidade e à proteção das mulheres no Norte Pioneiro do Paraná, a Patrulha Maria da Penha, composta pelas equipes do 2º e 18º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Cornélio Procópio e Jacarezinho, realizou recentemente uma palestra sobre violência doméstica na Aldeia Indígena Ywy Porã – Posto Velho, no município de Abatiá.

​A iniciativa, que ocorreu na última sexta-feira (5), integrou o calendário de eventos da tradicional Festa Tekoa Ywy Porã, que celebrou 20 anos de resistência da comunidade, e fez parte do Programa Mulher Segura da Polícia Militar do Paraná (PMPR). O evento reuniu cerca de 80 participantes, incluindo lideranças e moradores da aldeia, buscando fortalecer a rede de proteção às mulheres indígenas.

​Durante o encontro, os policiais militares, incluindo a Soldado Dhynes (do 18º BPM), que abordou os desafios da PMPR no enfrentamento ao feminicídio, apresentaram orientações detalhadas sobre as cinco formas de violência previstas na Lei Maria da Penha: física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. Foram utilizados exemplos práticos para auxiliar a comunidade a reconhecer os sinais de abuso e identificar o ciclo da violência, muitas vezes agravado por fatores como uso de álcool, drogas e questões de dependência afetiva.

​O Soldado Manuel (também do 18º BPM) e o Soldado Jacob (do 2º BPM) destacaram o modelo de policiamento de proximidade adotado pela Patrulha, que vai além da repressão. Este trabalho preventivo, essencial em comunidades mais isoladas, inclui visitas, monitoramento de situações de risco e um diálogo constante, atuando em conjunto com a rede de assistência social dos municípios, como o CRAS e o CREAS.

​A ação é considerada estratégica, dada a complexidade de aplicação da Lei Maria da Penha em contextos indígenas, onde desafios culturais e jurídicos podem dificultar o acesso à justiça. Ao levar a informação diretamente à Aldeia Ywy Porã, a PMPR busca adaptar suas estratégias para garantir que o direito à dignidade e à segurança seja efetivo para todas as mulheres.

​A equipe policial reforçou os principais canais de denúncia e apoio que podem ser acionados a qualquer momento, como o Disque 180 (Central de Atendimento à Mulher), o 190 (Polícia Militar), o Aplicativo 190 PR e as Delegacias da Mulher, ressaltando que a denúncia é um ato crucial de proteção, fundamental para romper o ciclo da violência e garantir a segurança das mulheres indígenas e de toda a família.