Suspeita de Desvio na Saúde do Paraná: CGU Aponta R$ 52 Milhões em Irregularidades na Litotripsia
O fantasma de irregularidades na aplicação de recursos públicos na área da Saúde do Paraná voltou a assombrar a Assembleia Legislativa (Alep). Em uma audiência pública da Comissão de Saúde realizada nesta terça-feira (28/10), o secretário estadual de Saúde, Beto Preto, foi confrontado com o teor de um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) que aponta um prejuízo estimado de R$ 52 milhões em procedimentos de litotripsia – o tratamento para fragmentação de cálculos renais.
O questionamento partiu do deputado estadual Arilson Chiorato (PT), Líder da Oposição, que trouxe à tona o relatório da CGU, tornado público em agosto. O documento detalha as suspeitas de inconsistências nos gastos e protocolos adotados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) em contratos com clínicas privadas para a realização da litotripsia.
Secretário Reconhece Preocupação e é Questionado Sobre Fiscalização
Durante a prestação de contas, o secretário Beto Preto reconheceu a preocupação diante das suspeitas levantadas pelo órgão de controle federal. A questão central levantada pela oposição é a responsabilidade do Estado na fiscalização e controle desses contratos.
Em falas anteriores, o deputado Arilson Chiorato já havia criticado a Sesa por, segundo ele, não ter fiscalizado adequadamente e tentar transferir a responsabilidade para o governo federal. “Quem contratou as clínicas foi o Estado. Quem autorizou os procedimentos foi o Estado. A farra aconteceu aqui”, afirmou o parlamentar em agosto de 2025, logo após a divulgação do relatório da CGU.
A Bancada de Oposição anunciou que continuará cobrando explicações detalhadas da Sesa, exigindo o ressarcimento aos cofres públicos do montante desviado e defendendo o aprimoramento do Sistema Único de Saúde (SUS) no Paraná.
Novidades do Caso: Cobrança por Esclarecimentos e Acompanhamento
Desde a divulgação inicial do relatório, o caso tem gerado cobranças contínuas por parte do Legislativo e de órgãos de controle. O relatório da CGU aponta não apenas a inconsistência nos gastos, mas também questiona a efetividade dos procedimentos e a adequação dos protocolos clínicos. O tema permanece em destaque na Alep, com a oposição pressionando por medidas concretas e responsabilização. A Sesa, por sua vez, deve apresentar nos próximos passos, os detalhes sobre as medidas de correção e os mecanismos de fiscalização aprimorados para evitar novas ocorrências.
A situação coloca em xeque a efetividade do programa de compliance e da ouvidoria da Sesa, programas que, de acordo com as críticas da oposição, não teriam sido suficientes para evitar um prejuízo tão significativo aos cofres públicos e, por consequência, ao atendimento de saúde da população paranaense.





