Moraes vota para tornar George Washington, Alan Diego e Wellington Macedo réus por tentativa de golpe após atentado em Brasília
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou na última semana pelo recebimento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra os três condenados pelo fracassado atentado à bomba nas proximidades do Aeroporto Internacional de Brasília, em 24 de dezembro de 2022.
Com o voto de Moraes, relator do caso na Primeira Turma do STF, os acusados George Washington de Oliveira Souza, Alan Diego dos Santos Rodrigues e Wellington Macedo de Souza podem se tornar réus por crimes mais graves que os inicialmente julgados. A PGR imputou ao trio os crimes de associação criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e atentado contra a segurança de transporte aéreo.
A análise da denúncia ocorre em sessão virtual da Primeira Turma, e os demais ministros do colegiado — Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin — têm até o dia 19 de dezembro para depositar seus votos. Caso a maioria siga o relator, será aberta uma nova ação penal contra o grupo no Supremo.
Condenações Anteriores e Prisão Preventiva
Os três homens já haviam sido condenados pela Justiça do Distrito Federal por crimes como explosão, incêndio criminoso e posse de arma de fogo. George Washington, considerado o responsável pela fabricação do artefato, foi apenado com nove anos e quatro meses de prisão em 2023.
Segundo a investigação, o plano do trio, que se reuniu no acampamento bolsonarista em frente ao Quartel-General do Exército, era causar um evento de grande comoção social para precipitar uma intervenção militar no país. A bomba, colocada em um caminhão de querosene perto do aeroporto, falhou em sua detonação.
Em meio ao avanço do processo no STF, Moraes reverteu recentemente o regime de cumprimento de pena de alguns dos condenados, convertendo o semiaberto em prisão preventiva fechada. A decisão, que mantém os três acusados presos, foi justificada pela necessidade de garantir a ordem pública diante da gravidade das condutas investigadas, que o ministro associavam a uma trama maior visando o Golpe de Estado, que culminou nos atos de 8 de janeiro. O Supremo Tribunal Federal tem mantido as decisões que negam a revogação da prisão preventiva do grupo.





