Alexandre de Moraes determina perícia da PF em Augusto Heleno para comprovar diagnóstico de Alzheimer
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o general da reserva Augusto Heleno, condenado a 21 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado, seja submetido a uma perícia médica da Polícia Federal (PF). O objetivo é comprovar efetivamente o diagnóstico de demência mista (Alzheimer e vascular), alegado pela defesa para solicitar a concessão de prisão domiciliar humanitária.
A decisão de Moraes, datada desta segunda-feira (1º), exige que o laudo pericial seja elaborado em um prazo de 15 dias por peritos da PF. O exame completo deverá incluir:
- Avaliação clínica completa;
- Histórico médico;
- Exames de laboratório (incluindo função tireoidiana e níveis de vitamina B12);
- Avaliações neurológicas e neuropsicológicas;
- Exames de imagem, como ressonância magnética e PET, se necessário.
🔍 Contradições sobre o Início da Doença Motivaram a Perícia
A determinação do ministro foi motivada por “informações contraditórias” sobre o estado de saúde do militar, que tem 78 anos e iniciou o cumprimento da pena no Comando Militar do Planalto no dia 25 de novembro.
- Relato inicial: Ao ser preso, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) teria afirmado a uma equipe médica que sofria de Alzheimer desde 2018.
- Posicionamento da defesa: Posteriormente, em petição ao STF, os advogados negaram que o diagnóstico fosse de 2018. Eles esclareceram que Heleno tinha histórico psiquiátrico (transtorno depressivo grave e ansiedade) desde aquela época, mas o diagnóstico definitivo de demência mista (Alzheimer e vascular) em estágio inicial só teria sido feito em janeiro de 2025. A defesa argumentou que essa informação inicial de 2018 em laudo de corpo de delito seria um equívoco do perito.
Moraes já havia dado um prazo de cinco dias, no sábado (29), para que a defesa apresentasse todos os documentos médicos sobre a evolução do quadro de saúde do general. A divergência nas datas e o histórico clínico exigiram a intervenção pericial para dirimir as dúvidas.
A defesa de Heleno busca a prisão domiciliar em razão da idade avançada do militar e de suas comorbidades. A Procuradoria-Geral da República (PGR) já se manifestou favoravelmente à mudança para o regime domiciliar humanitário, citando o quadro de saúde e a idade do general.





