A recém-lançada pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência da República em 2026 encontra forte resistência no chamado Centrão, que tem evitado endossar de imediato o nome do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Lideranças importantes do bloco não compareceram a uma reunião convocada por Flávio para debater o tema, evidenciando o ceticismo em relação à sua viabilidade eleitoral e à possibilidade de unificar a direita.
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Flávio Bolsonaro, que anunciou sua intenção de concorrer ao Palácio do Planalto, promoveu um encontro em Brasília para angariar apoio do Centrão e de outros expoentes da direita, incluindo presidentes de partidos como PL, União Brasil, PP e Republicanos. No entanto, a adesão foi marcada por ausências e demonstrações de cautela.
O presidente do Republicanos, Marcos Pereira, por exemplo, informou que não poderia comparecer por estar em São Paulo. O senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil e figura central do Centrão, expressou reservas, afirmando que “política não se faz só com amizades” e que é necessária uma conversa mais ampla entre os partidos da direita para a escolha do candidato.
A postura de Flávio, que logo após o anúncio de sua pré-candidatura admitiu ter um “preço” para não seguir com o projeto até o fim, adicionou combustível à desconfiança. Embora tenha esclarecido posteriormente que o “preço” é a liberdade e a anistia para Jair Bolsonaro – tornando a candidatura, segundo ele, “sem preço” no sentido financeiro –, a declaração foi vista por críticos como uma admissão precoce de negociação, escancarando a estratégia de barganha. Parlamentares e analistas avaliam que o movimento de Flávio visa pressionar por temas como a anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro e pelo próprio ex-presidente.
Ações De Flávio Bolsonaro E O Contexto Político
- Busca por Apoio: Flávio tem se articulado com Valdemar Costa Neto (PL), Antonio Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (PP), tentando garantir a presença e o apoio dessas siglas.
- Declaração do “Preço”: O senador indicou que sua permanência na disputa está atrelada ao avanço das negociações de um projeto de anistia no Congresso, o que beneficiaria seu pai, Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado.
- Resistência do Centrão: A falta de apoio imediato reflete a avaliação de que Flávio não teria a capacidade de unificar o eleitorado conservador ou a “tração eleitoral” de outros nomes, como os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos) ou Ratinho Júnior (PSD), que ganham força nos bastidores.
- Manifestações de Aliados: Apesar da resistência, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que a pré-candidatura de Flávio conta com seu apoio, mas ressaltou que o tempo dirá se essa foi a melhor opção. O ex-presidente Jair Bolsonaro, por sua vez, indicou o filho como seu sucessor.
A movimentação de Flávio Bolsonaro, considerada por alguns como um “blefe” ou “pastelão”, demonstra as complexas negociações e as disputas internas da direita em busca de um nome de consenso para 2026. O Centrão, fiel ao seu histórico, prefere manter-se na expectativa, avaliando qual candidato apresentará maior viabilidade e qual “preço” político será mais vantajoso.





