Defesa Pede Absolvição De Delegada Marília De Alencar Em Julgamento Sobre Trama Golpista No STF
A defesa da delegada Marília de Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça, pediu nesta terça-feira (9) a sua absolvição no Supremo Tribunal Federal (STF) em relação às acusações de participação no chamado “núcleo 2” da trama golpista. O julgamento, que teve início na Primeira Turma da Corte, analisa a conduta de seis réus ligados à tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
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Eugênio Aragão, advogado de Marília de Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça, negou veementemente a participação da ré no caso. A delegada é acusada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de atuar de forma coordenada para criar condições operacionais e simbólicas para a ruptura institucional, incluindo monitoramento ilegal de autoridades e operações policiais irregulares.
O advogado destacou que não havia qualquer relação pessoal da sua cliente com o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que já foi condenado em outro núcleo do processo. Aragão argumentou que Marília de Alencar foi vítima de fake news e que não existem provas concretas que sustentem a acusação. Ele chegou a alegar que a delegada não poderia ser responsabilizada pela omissão em eventos como o 8 de Janeiro, citando a atuação da Polícia Militar, responsável pela ordem pública.
”As pessoas precisam ser julgadas com base em provas, não em ideologias”, declarou Eugênio Aragão, defendendo que não há lastro na instrução criminal para as acusações.
O julgamento do “núcleo 2” começou com o relatório do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação, seguido pela manifestação da PGR, que defendeu a condenação de todos os seis réus, argumentando que o grupo teve “contribuição decisiva” para o plano golpista.
- Réus do Núcleo 2: Além de Marília de Alencar, o núcleo é composto por Filipe Garcia Martins (ex-assessor da Presidência), Silvinei Vasques (ex-diretor da PRF), Fernando de Sousa Oliveira (delegado da PF), Mario Fernandes (general e ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência) e Marcelo Câmara (coronel da reserva).
- Acusações: Os réus respondem por crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
- Próximos Passos: Após as sustentações orais das defesas, a sessão foi suspensa e será retomada em 16 de dezembro. Na ocasião, os ministros da Primeira Turma (Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia) darão início à votação que definirá o destino dos réus.
Até o momento, 24 réus já foram condenados nos núcleos 1, 3 e 4 da trama golpista. A defesa dos acusados neste último núcleo de julgamento tem adotado a estratégia de tentar afastar seus clientes da cadeia de comando do plano e, em alguns casos, terceirizar a culpa para réus já condenados.





