O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), tem sido uma das figuras mais polarizadoras e ativas da direita brasileira na corrida pela Presidência em 2026. No entanto, mesmo com índices de aprovação recordes em seu estado, o pré-candidato carrega um peso político que, segundo ele, ainda não foi totalmente superado: as cicatrizes da formação de seu próprio partido.

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​A frase “não superou, até hoje,” ecoa no centro do União Brasil, legenda fruto da fusão entre DEM e PSL em 2022. Recentemente, Caiado levantou a voz contra a proposta de federação da sigla com o PP, alertando que a manobra seria um “tiro no pé” e citando explicitamente as dificuldades internas não resolvidas. “Até hoje não conseguimos superar alguns rachas regionais fruto da fusão do DEM com o PSL, que ocorreu em 2022. Acho que essa discussão com o PP não deve ser feita por agora”, declarou o governador.

​A resistência de Caiado é um sinal claro de que as divergências e o esforço para unificar as bases regionais do partido continuam a ser um obstáculo significativo em sua jornada rumo ao Palácio do Planalto. O cenário se complica com o anúncio de outros nomes de peso na disputa da direita, como a recente movimentação de Flávio Bolsonaro, que reforça a estratégia do clã de manter o controle do capital eleitoral da base bolsonarista. Diante disso, Caiado tem reafirmado sua pré-candidatura, posicionando-se como uma alternativa mais estável e com “mão firme contra a bandidagem,” aproveitando sua alta popularidade em Goiás para atrair eleitores que buscam um nome de direita fora das amarras do bolsonarismo puro.

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​Além das tensões partidárias, a saúde de Caiado também esteve no foco noticioso recente. O governador precisou ser internado e passar por um procedimento cardíaco em São Paulo em novembro de 2025, após apresentar um quadro de arritmia cardíaca. No entanto, sua rápida recuperação e o retorno imediato à agenda política demonstram a urgência de sua pré-campanha e a determinação em manter o ritmo, especialmente em um momento de articulações intensas.

​Outro ponto crucial na agenda do governador é sua situação legal. Após ser condenado à inelegibilidade em primeira instância, o Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) afastou a decisão em abril de 2025, embora a aplicação de multa tenha sido mantida. A decisão é fundamental para a viabilidade de sua candidatura presidencial em 2026, embora ainda caiba recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

​Apesar dos desafios internos no União Brasil, dos percalços na saúde e das batalhas jurídicas, Ronaldo Caiado segue firme em seu plano. Com uma aprovação que beira os 86% em Goiás, o governador se projeta nacionalmente, criticando veementemente o governo federal, a quem acusa de “falta de comando” e de ter um “presidencialismo destruído.” Suas manobras políticas atuais mostram que, se o passado ainda o assombra com as cisões partidárias, o futuro é o seu foco principal.