Eua e venezuela elevam tensão no caribe com ultimato a maduro e planos de contingência do pentágono
Declaração segue escalada de pressão contra Caracas, que viu pesado deslocamento militar para o Caribe e mais de vinte ataques a embarcações.
Os Estados Unidos confirmaram, por meio do Pentágono, que possuem uma “resposta planejada e pronta” para a eventualidade de uma queda do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. A declaração, feita pela porta-voz do Departamento de Defesa, Kingsley Wilson, nesta terça-feira, 2, oficializa o nível de preparo de Washington diante de uma crise geopolítica que se intensifica com a mobilização naval e aérea no mar do Caribe.
A tensão entre os dois países atingiu o ponto mais alto em décadas nas últimas semanas, com ações concretas que indicam o risco de um confronto. O clima de escalada inclui a “Operação Lança do Sul”, anunciada pelo Secretário de Guerra dos EUA, Pete Hegseth, com o objetivo declarado de combater o que Washington chama de “narcoterroristas” e o “Cartel de Los Soles”, que o governo americano alega ser liderado por Maduro.
Mobilização e Confrontos Navais
A Operação Lança do Sul já se materializou em uma série de ataques a embarcações no Caribe e no Pacífico, que, segundo fontes militares dos EUA, estariam ligadas ao tráfico de drogas. Relatos indicam que já foram mais de 20 bombardeios contra lanchas suspeitas, que resultaram na morte de mais de 80 pessoas.
A ofensiva militar é sustentada por um expressivo reforço de presença americana na região: o super porta-aviões USS Gerald R. Ford foi deslocado para a América Latina, acompanhado por destróieres com mísseis guiados, caças F-35, um submarino nuclear e um contingente que pode chegar a 16 mil soldados de prontidão.
Em resposta, o governo venezuelano, que acusa os EUA de estarem “fabricando uma guerra” e querendo “tomar o petróleo venezuelano,” colocou suas forças militares em alerta e prometeu uma resposta em estilo de guerrilha caso as tropas americanas tentem um ataque terrestre, além de ter solicitado apoio de aliados como Rússia e China.
O Ultimato de Trump e as Rejeições de Maduro
A escalada bélica foi acompanhada por movimentos diplomáticos tensos. Fontes ligadas à Casa Branca confirmaram que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conversou por telefone com Nicolás Maduro na semana passada e lhe deu um ultimato para deixar o poder imediatamente.
Maduro, por sua vez, teria apresentado uma contraproposta que incluía a anistia para si e seus aliados, a remoção de sanções americanas e o encerramento do processo contra ele no Tribunal Penal Internacional (TPI), além de manter o controle das Forças Armadas no período de transição. Segundo jornais americanos, todas as condições foram prontamente rejeitadas por Trump, que em seguida reforçou o alerta para o fechamento total do espaço aéreo sobre e ao redor da Venezuela.
A situação gerou críticas internacionais. Enquanto a Casa Branca defende a legalidade dos ataques navais como parte da “guerra contra o narcotráfico”, a Organização das Nações Unidas (ONU) classificou as ações como “execuções extrajudiciais”. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, também reagiu à militarização, suspendendo o compartilhamento de inteligência com os EUA até que os ataques cessem, alegando que o combate ao narcotráfico “deve ser subordinado aos direitos humanos do povo caribenho”.
Com a recusa de Maduro em ceder ao ultimato e a confirmação de que Washington possui planos de intervenção prontos, o risco de uma crise geopolítica de grandes proporções na América Latina é classificado por analistas como “real e iminente”.





