Governo do Rio Exonera Dez Servidores Após Recomendação do MPRJ por Investimentos no Banco Master
O Governo do Estado do Rio de Janeiro anunciou a exoneração de dez servidores investigados por autorizarem e manterem investimentos do Rioprevidência no Banco Master. A decisão atende a uma recomendação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e ocorre em meio ao escândalo desencadeado pela liquidação extrajudicial do banco, decretada pelo Banco Central (BC) devido a graves irregularidades e deterioração patrimonial em novembro de 2025.
Entre os exonerados, está o diretor interino de Investimentos do Rioprevidência, Pedro Pinheiro Guerra Leal, cuja participação nas aplicações, que somaram cerca de R$ 960 milhões em Letras Financeiras, foi apontada em documentos do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ). A autarquia previdenciária, responsável pelo pagamento de aposentadorias e pensões do estado, vinha sendo alertada sobre os riscos do investimento desde maio de 2025.
Investigação e Desdobramentos
A atuação do MPRJ e as exonerações reforçam o foco das investigações nas operações que, segundo o TCE-RJ, geraram um risco direto sobre os valores destinados aos benefícios previdenciários dos mais de 242 mil aposentados e pensionistas do estado. O órgão chegou a alertar sobre uma “concentração crítica de recursos” e o Tribunal determinou a interrupção dos aportes.
- Aplicações: O Rioprevidência aplicou cerca de R$ 960 milhões em Letras Financeiras no Banco Master, além de manter outros investimentos em fundos geridos pelo grupo.
- Alerta e Continuidade: O TCE-RJ já havia emitido alertas sobre “graves irregularidades” nas aplicações, mas novos investimentos foram realizados, resultando, segundo o TCE, na “integral assunção do risco” pelos gestores.
- Prisão do Dono: A crise do Banco Master se aprofundou com a liquidação extrajudicial pelo BC e a prisão do dono do grupo, Daniel Vorcaro, pela Polícia Federal, embora ele tenha sido solto dias depois.
- Garantia de Pagamento: Apesar do cenário, o Rioprevidência afirmou que o pagamento de aposentadorias e pensões está garantido, informando ter resgatado R$ 560 milhões de um dos fundos ligados ao Master antes da liquidação e estar em negociação para substituir Letras Financeiras por precatórios federais.
O escândalo evidencia a necessidade de aprimoramento na gestão de fundos previdenciários estaduais e a rigorosa fiscalização dos órgãos de controle. O Ministério Público segue acompanhando o caso e solicitando providências, como a apresentação de um plano de saneamento para regularizar a situação do Rioprevidência.





