Jensen Huang, CEO da Nvidia, conseguiu uma vitória estratégica em Washington ao garantir que sua empresa possa vender para a China chips para inteligência artificial do modelo H200. A liberação foi anunciada na última semana, após meses de lobby, pelo próprio presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conhecido por seu estilo agressivo e domínio na arte da negociação.

​A decisão representa uma mudança significativa na política americana de exportação de semicondutores e um triunfo para Huang, que vinha pressionando a Casa Branca para suspender as restrições que impactavam o bilionário mercado chinês.

​O Acordo e as Condições

​O sinal verde de Trump permite à Nvidia retomar uma fatia crucial do mercado de chips de alta potência para IA, onde a empresa é líder global. No entanto, o acordo não veio sem contrapartidas.

• ​Modelo H200 Aprovado: A autorização se restringe à venda do modelo de GPU H200, que faz parte da geração anterior (Hopper) da Nvidia.
• ​Modelo Mais Potente Barrado: O governo americano barrou a exportação do modelo mais avançado, como o chip Blackwell B30A, que a Nvidia planejava vender à China.
• ​Taxa de 25%: Em uma jogada audaciosa, Trump impôs que o governo dos EUA ficará com 25% do valor das vendas dos chips H200 realizadas à China, garantindo que os cofres americanos lucrem com o movimento. O presidente afirmou em sua rede social que o presidente chinês, Xi Jinping, respondeu “positivamente” à medida.

​O Desafio do Mercado Chinês

​Embora a liberação seja uma vitória para a Nvidia, as últimas notícias indicam que a reação do mercado chinês não é unânime.

• ​Restrições Domésticas: O governo chinês estaria impondo novas barreiras, priorizando a indústria doméstica e fomentando concorrentes como a Huawei.
• ​Rejeição ao Modelo Antigo: Há um entendimento no país asiático de que o H200, sendo uma tecnologia mais antiga em comparação à linha Blackwell da Nvidia, pode não justificar o gasto, especialmente considerando o avanço das soluções caseiras.
• ​Revisão de Segurança: Os EUA também estabeleceram que os chips H200, mesmo fabricados em Taiwan, deverão passar por uma inédita revisão de segurança em solo americano antes da exportação. Esta manobra visa garantir que apenas “clientes aprovados” recebam os chips e mitigar temores de que a tecnologia possa ser usada para fins militares.

​ O Lobby de Huang

​A aprovação do negócio, mesmo que em termos limitados, é o ápice de meses de intensa articulação de Jensen Huang.

​O CEO da Nvidia, de um quase desconhecido em Washington, se tornou uma figura influente na Casa Branca:

• ​Investimento nos EUA: Huang se comprometeu a investir pesadamente em fábricas americanas.
• ​Contribuição Política: Ele representou a Nvidia em cúpulas sobre IA e até contribuiu financeiramente para a construção de um novo salão de festas na residência presidencial.

​ Preocupações de Segurança Nacional

​A decisão gerou críticas bipartidárias nos EUA. Senadores expressaram preocupação de que a liberação, mesmo do H200, possa “turbinar o poder militar chinês e minar a liderança tecnológica americana”.

​Apesar dos riscos, a Nvidia, avaliada em mais de US$ 4 trilhões, evita perder ainda mais espaço para a concorrência chinesa e garante uma sobrevida em um mercado fundamental.