A Justiça argentina determinou a extradição dos cinco brasileiros condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 que estavam foragidos e presos no país vizinho. A decisão, proferida pelo juiz Daniel Eduardo Rafecas do Tribunal Criminal número 3 de Buenos Aires, atende a um pedido feito pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator das ações penais.
Os foragidos são Ana Paula de Souza, Wellington Luiz Firmino, Rodrigo de Freitas Moro Ramalho, Joelton Gusmão de Oliveira e Joel Borges Corrêa. Eles foram condenados a penas que variam entre 13 e 17 anos de prisão no Brasil por envolvimento nos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília. O grupo fugiu para a Argentina, mas acabou detido em novembro do ano passado.
⚖️ Processo de Extradição e Próximos Passos
A decisão da Justiça argentina se baseia na compatibilidade dos crimes com o Código Penal argentino e no cumprimento das exigências do tratado de extradição entre os dois países. No entanto, a formalização e execução do ato ainda dependem de etapas adicionais, sendo a mais crucial a análise do presidente argentino, Javier Milei.
- Recurso: A defesa dos brasileiros já anunciou que pretende recorrer à Suprema Corte da Argentina.
- Pedido de Refúgio: Os condenados também ingressaram com um pedido de refúgio político na Comissão Nacional para os Refugiados da Argentina (Conare), que ainda não se manifestou.
- Detalhamento: A legislação argentina prevê que, caso o refúgio seja concedido, a extradição pode ser automaticamente anulada. Contudo, uma mudança na lei de outubro de 2024 proíbe a concessão de refúgio a condenados por crimes graves, o que pode impactar a estratégia da defesa.
- Análise Presidencial: Após esgotados os recursos judiciais, a palavra final sobre a extradição compete ao Poder Executivo, sob a alçada do presidente Javier Milei.
🇧🇷 Contexto Brasileiro e Penalidades
Os cinco integram um grupo maior de brasileiros que fugiram do país após as condenações do STF para evitar a prisão. O governo brasileiro havia enviado uma lista com mais de 180 nomes de foragidos para diversos países, incluindo a Argentina, Uruguai e Paraguai.
As condenações no Brasil também incluem o pagamento de uma indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 30 milhões, a ser dividido entre todos os condenados no inquérito. A decisão judicial argentina não analisou o mérito das condenações brasileiras, mas sim a viabilidade legal da extradição sob a ótica dos acordos bilaterais.
Fonte da Imagem: Amanda Cotrim/UOL (foto de arquivo)





