Economia

Justiça de São Paulo homologa plano de recuperação judicial da Bombril

​A Bombril S.A. e suas controladas receberam, nesta terça-feira, o aval da Justiça de São Paulo para o seu plano de recuperação judicial. A decisão, proferida pela 1ª Vara Regional de Competência Empresarial e Conflitos de Arbitragem, é vista pela companhia como um passo crucial para reestruturar seu passivo e iniciar um “novo ciclo de crescimento”.

​O pedido de Recuperação Judicial (RJ) foi protocolado pela Bombril em fevereiro de 2025, motivado por um significativo endividamento que atinge a marca de R$ 2,3 bilhões, majoritariamente decorrente de autuações da Receita Federal. Tais autuações se referem à suposta falta de recolhimento de impostos em operações de aquisição de títulos de dívidas estrangeiras entre 1998 e 2001, período em que a empresa era administrada por um grupo italiano.

​ Dívidas e Perspectivas

​Além da dívida tributária bilionária, a empresa também enfrentava vencimentos antecipados que chegavam a aproximadamente R$ 220 milhões com credores como Banco ABC Brasil, C6 Bank, Banco Daycoval e Tribanco. A lista de credores inclui também grandes nomes do varejo e do setor financeiro, como Itaú, Atacadão (controlado pelo Carrefour), Assaí e Santander.

​De acordo com o plano apresentado, que prevê um prazo de até nove anos para o pagamento dos credores, a Bombril espera reorganizar sua estrutura financeira. A companhia informou que o cenário, aliado à expectativa de um desfecho favorável nas negociações de transação tributária com o Governo Federal, deve possibilitar a conquista de uma estrutura financeira mais saudável.

​🔄 Estratégias de Reorganização

​Entre as propostas de recuperação que constam no plano homologado, destacam-se:

  • Reorganização Societária: Possibilidade de fusões, cisões e outras operações visando a eficiência organizacional.
  • Alienação de Ativos: Criação de Unidades Produtivas Isoladas (UPIs), como a venda de uma unidade fabril completa, para levantar recursos.

​A empresa reitera que a medida está em linha com os esforços de gestão do passivo e de recuperação da lucratividade, indicando que a recuperação judicial possibilitará a manutenção da capacidade operacional com o menor impacto possível às atividades e aos direitos dos credores. A expectativa é de que o novo ciclo beneficie credores, investidores e demais interessados na tradicional marca brasileira.

LEAVE A RESPONSE

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

WP2Social Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
error: Conteúdo protegido!!