Pesquisa Datafolha aponta que 54% não acreditam na versão de “surto” do ex-presidente; prisão preventiva foi decretada em novembro.
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A atitude do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de danificar a tornozeleira eletrônica que usava por ordem judicial é vista pela maioria dos brasileiros como uma tentativa de fuga. É o que aponta a mais recente pesquisa Datafolha, divulgada no domingo (7), que revela que 54% dos entrevistados acreditam na intenção de evasão, enquanto 33% aceitam a versão apresentada pela defesa do ex-presidente, de que o ato ocorreu durante um surto paranoico. Outros 13% não souberam ou não quiseram responder.
O levantamento, realizado entre os dias 2 e 4 de dezembro, ouviu 2.002 eleitores em 113 municípios e possui margem de erro de dois pontos percentuais. A percepção de que houve uma tentativa de fuga é mais forte entre eleitores do Nordeste (61%) e aqueles que votaram no atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno de 2022 (66%). Já a hipótese de surto encontra maior adesão entre grupos alinhados a Bolsonaro, chegando a 66% entre seus eleitores no segundo turno.
Versões E Prisão Preventiva
O episódio de violação da tornozeleira eletrônica ocorreu na madrugada de 22 de novembro. Bolsonaro cumpria prisão domiciliar em Brasília desde agosto e estava sob monitoramento eletrônico por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
No momento da detenção, o ex-presidente apresentou versões distintas sobre o dano. Inicialmente, alegou ter batido o aparelho na escada. Posteriormente, em depoimento, admitiu ter usado um ferro de solda no equipamento, dizendo ter agido por “curiosidade” ou em razão de um “surto medicamentoso” que o teria levado a suspeitar da existência de uma escuta no dispositivo. Perícia da Polícia Federal confirmou o uso de fonte de calor na tornozeleira.
A violação do equipamento, registrada à 0h07, motivou o pedido de prisão preventiva pela Polícia Federal, prontamente expedido por Alexandre de Moraes. No mesmo dia, Bolsonaro foi levado à Superintendência da PF em Brasília, onde teve a tornozeleira retirada e foi submetido a exame de corpo de delito.
Desde então, Bolsonaro está detido, em cumprimento de pena de 27 anos e três meses, após ter sido condenado por envolvimento na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A prisão preventiva, decretada em decorrência da quebra das medidas cautelares, é o desdobramento mais recente de um longo processo judicial que envolve o ex-chefe do Executivo.





