A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro anunciou seu afastamento temporário da presidência nacional do PL Mulher, alegando razões médicas e “queda de imunidade”. A decisão, informada em nota pelo Partido Liberal (PL) nesta segunda-feira (8), ocorre em um momento de intensa pressão familiar e turbulência política, amplamente associada à prisão preventiva de seu marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro, ocorrida em 22 de novembro.
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O comunicado oficial do PL Mulher mencionou que a saúde de Michelle vinha sendo afetada por meses e que o desgaste emocional causado pela detenção do ex-presidente, além das “constantes injustiças” contra a família, contribuíram para o quadro. O afastamento inicial é por um período a ser reavaliado, mas já resultou no adiamento do Encontro do PL Mulher no Rio de Janeiro, que estava previsto para 13 de dezembro e foi remarcado para abril de 2026.
Prisão de Bolsonaro e Conflitos de Família Acentuam o Cenário
Jair Bolsonaro foi detido preventivamente e levado à Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília após tentar violar a tornozeleira eletrônica que utilizava em regime de prisão domiciliar. A prisão elevou o nível de tensão no clã Bolsonaro e no partido.
O afastamento de Michelle se deu dias após o anúncio da pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência da República para as eleições de 2026, uma decisão que, segundo bastidores, não foi comunicada previamente a Michelle e gerou desconforto. Além disso, a ex-primeira-dama se viu envolvida em um recente conflito público com os filhos do marido ao manifestar oposição a conversas do PL com o ex-presidenciável Ciro Gomes, movimento que foi posteriormente suspenso pelo presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, após reunião de emergência. Michelle defendeu que respeita a posição dos enteados, mas que pensa diferente e tem o direito de se expressar com liberdade.
Considerada uma das principais cabos eleitorais da legenda, com forte apelo entre o eleitorado conservador e evangélico, a pausa nas atividades de Michelle Bolsonaro é vista como um revés estratégico para o PL, que contava com sua liderança para organizar o cenário político mirando 2026. A ex-primeira-dama, que chegou a ser citada em pesquisas como um nome forte para a disputa presidencial, visitou o marido na PF logo após o anúncio de seu afastamento.
O PL aguarda a reavaliação médica para definir o prazo final de retorno de sua líder feminina, enquanto tenta reorganizar a rota em meio à instabilidade e incertezas sobre sua estratégia eleitoral para os próximos anos





