Ministério dos Transportes avança e aprova estudo que pode pôr fim a pedágio caro da Ecovias Sul no RS
O Ministério dos Transportes abriu a etapa decisiva que pode resultar no fim de um dos pedágios mais caros e contestados do Rio Grande do Sul, atualmente administrado pela Ecovias Sul. A medida foi oficializada com a publicação da Portaria nº 842 no Diário Oficial da União, que autoriza oficialmente o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) para a nova concessão do sistema rodoviário BR-116/392/RS.
O estudo é o passo inicial e obrigatório para a reformulação completa do modelo de exploração das rodovias, que englobam 456,2 km. O trecho em questão compreende a BR-116/RS (entre o Arroio Duro, em Camaquã, e a fronteira com o Uruguai, em Jaguarão) e a BR-392/RS (do Porto Novo, em Rio Grande, até o acesso a Santana da Boa Vista).
Novas diretrizes e modicidade tarifária
A aprovação do EVTEA reacende a expectativa de que o governo federal consiga implementar um modelo mais eficiente, menos oneroso e mais proporcional à realidade econômica e logística da região, especialmente do Porto de Rio Grande. O objetivo principal do novo contrato é priorizar o princípio da modicidade tarifária.
Segundo informações apuradas, o estudo já aponta cenários que podem substituir totalmente o formato de cobrança vigente, abrindo três principais alternativas para o novo edital:
- Redução das tarifas atuais, impactando imediatamente os custos de transporte.
- Reorganização das praças de pedágio existentes.
- Extinção completa de pontos de cobrança considerados injustificados ou excessivamente caros pela população e usuários frequentes.
A nova concessão deverá, ainda, prever investimentos mais robustos em pavimentação de alto padrão, ampliação de faixas, serviços modernizados e adoção de tecnologia de cobrança inteligente (como o free flow), além de exigências ambientais e operacionais mais rigorosas.
Próximos passos e transição
A Portaria nº 842 reforça que, embora o estudo tenha sido aprovado, o Ministério mantém total flexibilidade para definir o modelo final e não está obrigado a licitar imediatamente. Contudo, a aprovação inicia as etapas finais do processo de transição.
As próximas fases incluem a validação técnica do EVTEA, a definição oficial do modelo de concessão, a realização de consulta pública e, finalmente, a abertura do processo de licitação, que deve definir a nova concessionária que substituirá a Ecovias Sul. A previsão é que a licitação ocorra no final de 2026. Até que uma nova empresa assuma, a manutenção das rodovias caberá ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).





