A Netflix anunciou um acordo para a compra da Warner Bros. Discovery (WBD) por cerca de US$ 82,7 bilhões, o que já reconfiguraria drasticamente o cenário do entretenimento. No entanto, o embate que tem Hollywood em polvorosa ganhou um novo capítulo explosivo: a Paramount, liderada por David Ellison, apresentou uma oferta hostil de US$ 108,4 bilhões diretamente aos acionistas da WBD, buscando melar o negócio.
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A disputa não é apenas financeira, mas sim uma luta pelo controle de um catálogo centenário que inclui franquias icônicas como Harry Potter, DC Comics e os canais HBO. O resultado definirá o futuro da indústria, com especial preocupação para as salas de cinema tradicionais.
A Reviravolta da Paramount
O acordo inicial da Netflix, anunciado na última sexta-feira (05/12/2025), parecia colocar a gigante do streaming na liderança para absorver o estúdio e o serviço HBO Max. Contudo, nesta segunda-feira (08/12/2025), a Paramount elevou a aposta com uma oferta significativamente maior e totalmente em dinheiro, uma manobra agressiva que força o conselho da Warner a reavaliar.
A WBD confirmou que analisará a proposta da Paramount e informará a sua recomendação aos acionistas em até 10 dias úteis. Caso opte pela oferta da Paramount, a Warner teria que pagar à Netflix uma multa rescisória de US$ 2,8 bilhões, um valor considerável, mas que se torna pequeno diante da diferença entre as propostas.
O Pânico de Hollywood e a Sentença do Cinema
O principal receio que une cineastas, exibidores e até rivais é a concentração de poder e, sobretudo, o modelo de distribuição que o vencedor deve adotar.
- A Ameaça Netflix: A gigante do streaming prioriza a exibição rápida e exclusiva em sua plataforma, um modelo que já foi criticado por figuras como o cineasta James Cameron, que previu a “morte do cinema tradicional” sob o domínio da Netflix. A Warner, historicamente, mantém seus grandes títulos em cartaz por, no mínimo, 45 dias, um tempo essencial para a saúde financeira das redes de cinema globais. A aquisição pela Netflix poderia reduzir drasticamente essa janela de exibição ou até eliminá-la para muitos títulos, colocando em risco a sobrevivência das salas.
- O Argumento Paramount: Em sua oferta, David Ellison da Paramount fez um apelo público, argumentando que a compra da Warner por sua empresa criaria um “concorrente saudável que fortaleceria a indústria” e evitaria o monopólio. A Paramount se posiciona como a defensora da diversidade e da experiência cinematográfica.
Questões Regulatórias e a Concentração de Poder
A negociação entre Netflix e Warner Bros. Discovery também atraiu a atenção de autoridades e figuras políticas. Donald Trump expressou preocupação sobre o risco de concentração de mercado e prometeu seu envolvimento no processo de aprovação antitruste nos Estados Unidos.
Independentemente de quem vença a disputa, a fusão de dois dos maiores streamings e estúdios do mundo criaria um colosso sem precedentes. Analistas preveem que isso levará não apenas a um aumento de preços para os consumidores, mas também a salários mais baixos para profissionais criativos e técnicos, devido à menor concorrência.
A briga bilionária pela Warner Bros. Discovery é mais do que uma transação corporativa; é um referendo sobre o futuro do entretenimento global. O mundo aguarda a decisão da WBD, que pode determinar se a magia da tela grande resistirá à era do streaming absoluto.


