​A história de Ilona Biskup, uma moradora da Flórida de 62 anos, é um retrato pungente das fragilidades do sistema de proteção social dos Estados Unidos. De um emprego com bom salário, a aposentada viu sua vida virar drasticamente. Por uma conjunção desafortunada de fatores, incluindo problemas de saúde que forçaram uma aposentadoria precoce, Ilona passou à dolorosa situação de não saber como garantir sua próxima refeição, tornando-se dependente de ajuda social e projetos beneficentes para sobreviver.

​Seu drama reflete uma realidade que atinge milhões de americanos. A dificuldade econômica nos EUA é agravada por um sistema que não oferece uma rede de segurança sólida, especialmente no que tange à saúde e à garantia de renda para idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade.

​📊 A Escalada da Pobreza e Insegurança nos EUA

​Os dados recentes confirmam que a situação de Ilona está longe de ser um caso isolado.

• ​Dificuldades com Saúde: Uma pesquisa do Pew Research Center publicada em maio de 2024 revelou que 27% dos americanos declararam ter enfrentado problemas para pagar a assistência médica, própria ou familiar, no último ano. Esse endividamento médico é um ciclo vicioso, prendendo muitos pacientes em dificuldades financeiras, e afeta desproporcionalmente grupos marginalizados, segundo o Institute for Healthcare Improvement (IHI).
• ​Insegurança Alimentar: No mesmo período, pelo menos 20% das pessoas precisaram recorrer a um banco de alimentos, um sinal claro de insegurança alimentar em um país com a maior economia do planeta.
• ​Aumento Geral da Pobreza: Dados do Departamento do Censo dos EUA mostram que a pobreza (medida pela SPM – Medida de Pobreza Suplementar) teve um forte aumento em 2022, atingindo 12,4% da população, após a retirada de auxílios criados durante a pandemia.
• ​Idosos em Risco: A pobreza também impacta os idosos. Aproximadamente 10% das pessoas com 65 anos ou mais enfrentam dificuldades financeiras, muitas vezes exacerbadas pelos custos médicos e pela aposentadoria insuficiente. Um relatório da Morningstar projeta que 45% das famílias dos EUA correm o risco de ficar sem dinheiro se aposentarem aos 65 anos.

​A crise da aposentadoria, aliada à ausência de um sistema universal de saúde, força muitos a continuarem no mercado de trabalho. O percentual de americanos com 65 anos ou mais que estão empregados quase dobrou desde 1987, segundo o Pew Research Center, mostrando que a idade é um número que não garante a tranquilidade financeira.

​A história de Ilona Biskup é um chamado de atenção, expondo a disparidade entre a riqueza da superpotência e a realidade de milhões de cidadãos que, diante de um infortúnio, como a doença e a aposentadoria precoce, se veem à margem, lutando pela sobrevivência em um sistema que falha em lhes dar suporte.