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Paraná em Chamas: Ratinho Junior Acena para a Presidência, Enquanto Denúncias Ameaçam Sacudir o Palácio Iguaçu

Nos bastidores da política paranaense, uma efervescência sem precedentes toma conta dos grupos de WhatsApp de comissionados do governo. O burburinho é uníssono: o governador Ratinho Junior (PSD) está, de fato, se preparando para uma disputa à Presidência da República. Uma eventual derrota, segundo os comentários, o levaria de volta às rédeas das empresas da família. Contudo, a implicação mais imediata e impactante dessa movimentação é a provável renúncia do chefe do executivo paranaense antes do término de seu mandato.

​Fontes e análises recentes indicam que o nome de Ratinho Junior vem sendo ventilado com intensidade nos cenários pré-eleitorais de 2026. O próprio governador tem sinalizado seu desejo de “apontar um caminho para o país”, reforçando a tese de uma candidatura presidencial. O PSD, seu partido, tem estrategicamente o posicionado ao lado de outras lideranças nacionais, evidenciando o preparo para uma disputa em nível federal. Há, inclusive, quem o veja como um possível sucessor do ex-presidente Jair Bolsonaro, caso este não possa concorrer.

​A iminência de uma corrida presidencial tem fortes reflexos na gestão estadual. Há rumores crescentes, especialmente em junho de 2025, de que Ratinho Junior estaria avaliando deixar o cargo de governador antes do prazo legal de desincompatibilização, fixado para abril de 2026, com algumas especulações apontando para uma saída já em fevereiro. O objetivo seria dedicar-se integralmente à pré-campanha, intensificando as articulações políticas em nível nacional.

​No entanto, a potencial saída antecipada ocorre em um contexto de crescentes questionamentos sobre a saúde financeira do estado e a conduta de sua administração. Relatórios recentes apontam que o governo do Paraná abriu mão de quase R$ 60 bilhões em renúncias fiscais nos últimos três anos, uma medida que, para críticos, compromete a capacidade de investimento em serviços públicos e o reajuste do funcionalismo.

​Além disso, supostas denúncias de irregularidades financeiras ganham força nos corredores políticos. Investigações e bloqueios de entidades no programa Nota Paraná por irregularidades, bem como cobranças de deputados por explicações sobre um contrato de R$ 38 milhões sem licitação com a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia (FAPEC), lançam uma sombra sobre a gestão. Há denúncias de outros contratos vultosos com a FAPEC, totalizando R$ 203 milhões, também sem licitação, e alegações de gastos inusitados, como R$ 1 milhão em uma agropecuária e R$ 107 mil em uma loja de material de construção por uma empresa de “inteligência” contratada pelo governo.

​Outro ponto de atrito que deve “estourar em breve”, conforme os bastidores, é a questão da “hora-atividade” dos professores. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) tem travado uma batalha jurídica e política para garantir o direito à hora-atividade, apesar de uma decisão recente do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) que, em junho de 2025, manteve um entendimento contrário aos docentes. Essa posição do TJ-PR contraria, inclusive, uma decisão anterior do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de janeiro de 2025, que vetou a contabilização de minutos excedentes da hora-aula como atividade extracurricular. A insistência do governo em não respeitar essa prerrogativa, segundo o sindicato, demonstra um profundo desrespeito à educação, o que, historicamente, se traduz em um alto preço social.

​Com Ratinho Junior mirando o Planalto e o governo estadual sob a mira de graves denúncias, o Paraná se prepara para meses de intensa turbulência política, onde cada movimento do governador e cada nova revelação podem redefinir o futuro político do estado e do país.

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