Progressistas do Paraná, sob liderança de Ricardo Barros, barra possível candidatura de Sergio Moro ao governo do estado, gerando forte mal-estar na federação recém-formada com o União Brasil.
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A política paranaense e nacional foi agitada nas últimas horas por uma decisão que expõe as rachaduras internas na recém-criada federação União Progressista (PP e União Brasil). O deputado federal e líder dos Progressistas no Paraná, Ricardo Barros, confirmou o veto à possível candidatura do senador Sergio Moro (União Brasil) ao governo do estado nas eleições de 2026. A medida, que inviabiliza Moro pela via da federação, criou um impasse de grandes proporções e levantou questionamentos sobre o futuro da aliança.
Porta fechada no PP
De acordo com o deputado Ricardo Barros, a decisão se baseia na falta de consenso e no diálogo que “não prosperou” entre Moro e as lideranças do PP no estado, mesmo após meses de tentativas. O Progressistas do Paraná faz parte da base do atual governador, Ratinho Junior (PSD), e manifestou a intenção de lançar um candidato próprio, ou apoiar um nome de dentro do grupo do governador, possivelmente Cida Borghetti (Progressistas), que já é vista como possível candidata pela sigla.
Barros foi enfático ao declarar que, pelo fato de Moro estar no meio de seu mandato como senador, ele provavelmente disputará o governo de qualquer maneira, mas terá de fazê-lo por outra sigla. “Aqui, na federação, ele não terá condições de registrar sua candidatura,” reforçou.
A regra da federação exige a concordância das lideranças nacionais para o registro de candidaturas majoritárias, um ponto citado pelo presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, que, apesar de endossar a decisão do diretório paranaense, afirmou que a situação é o “único ponto de conflito” na aliança e que não interferirá.
União Brasil reage
Do outro lado do espectro, a decisão gerou uma reação imediata e forte dentro do União Brasil, partido de Moro. O presidente do partido, Antônio Rueda, classificou o veto como “arbitrário” e “inaceitável”, expondo a falta de alinhamento entre as legendas.
Em resposta, o diretório do União Brasil no Paraná afirmou que segue com a sua candidatura, autorizada pelo presidente nacional, e com o diálogo com os Progressistas. O próprio senador Sergio Moro, em uma manifestação pública, declarou: “O União Brasil Paraná segue, como autorizado pelo presidente nacional, com a sua candidatura e com o diálogo com os Progressistas. Nosso compromisso é com a boa gente do Paraná e não com interesses particulares. Nossos únicos adversários são o PT, o atraso e o crime organizado”.
O que está em jogo
O embate no Paraná ameaça a estabilidade da União Progressista, uma federação de centro-direita que nasceu com o objetivo de criar uma “superbancada” e ter maior influência no Congresso e nas disputas estaduais, como em São Paulo, onde o acordo estaria mais sólido.
Analistas apontam que a manutenção da federação a nível nacional dependerá da capacidade de as lideranças superarem a crise localizada, o que, para Ciro Nogueira, deve ser feito “com muito diálogo, colocando os interesses nacionais acima de qualquer coisa”. A falta de consenso local, no entanto, coloca a federação sob intensa pressão, forçando Sergio Moro a buscar caminhos alternativos para sua eventual campanha ao governo em 2026, fora da atual aliança.





