Politica

Romeu Zema e eleitor mineiro: o desejo por mudança após dois mandatos, mas com ressalvas

O cenário político de Minas Gerais para as eleições de 2026 começa a ser desenhado, e as pesquisas qualitativas apontam um sentimento ambivalente no eleitorado. Após dois mandatos consecutivos do governador Romeu Zema (Novo), o desejo por “mudança” se manifesta, mas é acompanhado de ressalvas e da busca por um perfil de candidato que consiga dialogar com diferentes realidades do estado, especialmente o interior.

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​O Equilíbrio da Aprovação e a Busca por Novos Nomes

​Apesar de ter sido reeleito em primeiro turno em 2022, a gestão de Zema, que se encerra em 2026, apresenta um saldo positivo na aprovação (chegando a 63,6% em um levantamento de outubro de 2025, de acordo com o Paraná Pesquisas), mas com uma parcela significativa que a avalia como apenas “regular”. Essa ambivalência abre espaço para a discussão sobre a sucessão e o futuro do seu grupo político.

​Analistas de campanhas mineiras destacam que Zema foi bem-sucedido ao se comunicar com o interior do estado, que representa cerca de 70% do eleitorado. No entanto, a próxima disputa pode ter um fator de surpresa com um candidato que consiga manter uma narrativa diferenciada e que se comunique efetivamente com essa base.

​No quesito espontâneo (sem apresentação de nomes), a corrida ao governo apresenta-se bastante pulverizada, com mais de 70% dos entrevistados ainda sem um nome claro, segundo o Real Time Big Data. Contudo, os nomes mais citados – Zema (5%), Nikolas Ferreira (2%), Cleitinho (2%) e Kalil (1%) – demonstram que a polarização e a direita seguem com forte apelo.

​O Fator Zema e o Xadrez de 2026

​Com a impossibilidade de concorrer a um terceiro mandato consecutivo como governador, Romeu Zema é cotado para disputas maiores. O governador tem sido alvo de especulações para uma candidatura à Presidência da República ou para uma vaga no Senado Federal.

  • Presidência: Zema tem sido apontado em cenários de pesquisa nacional, e havia informações em meados de 2025 sobre um possível lançamento de sua pré-candidatura em agosto, buscando ocupar um espaço na terceira via fora da polarização Lula-Bolsonaro.
  • Senado: O governador também aparece com alta pontuação em cenários para o Senado por Minas Gerais, chegando a liderar algumas pesquisas (20% em um cenário de outubro de 2025, segundo o Real Time Big Data).

​Ainda em 2025, o vice-governador Mateus Simões deixou o Novo e se filiou ao PSD – uma aliança que Zema descreveu como um “casamento” que “tem tudo para dar certo”.  Esse movimento fortalece o grupo governista e sinaliza Simões como um possível herdeiro e sucessor na disputa pelo Palácio Tiradentes, dependendo da capacidade de transferência de prestígio do atual governador.

​Outros Nomes em Destaque e a Rejeição

​A direita mineira se movimenta intensamente. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL), que aparece bem nas menções espontâneas, está em um movimento de aproximação com o vice-governador, indicando uma costura política para as eleições estaduais.

​No campo de oposição, destacam-se:

  • Alexandre Kalil (ex-prefeito de Belo Horizonte): O político tem um teto de votação considerável (33%), mas carrega também um alto índice de rejeição (28%), o que pode ser um obstáculo em uma disputa acirrada.
  • Senador Cleitinho (Republicanos): Liderou um cenário de intenção de voto no final de 2025 com 5,1%, segundo o Paraná Pesquisas, logo à frente de Zema, indicando que a direita não-alinhada ao governador também tem força.
  • Senador Rodrigo Pacheco (PSD): Sua permanência e futuro dentro do PSD tornam o cenário ainda mais incerto, especialmente após a filiação de Mateus Simões, havendo especulações sobre os próximos passos tanto de Pacheco quanto do Ministro Alexandre Silveira no partido.

​A eleição de 2026 em Minas Gerais se configura, portanto, como uma disputa de alto risco e imprevisibilidade. O eleitor, embora demonstre um desejo por renovação após oito anos, está avaliando cuidadosamente a capacidade dos novos nomes de se comunicarem com a diversidade do estado, enquanto observa as articulações políticas de Zema e de seu grupo para manter a hegemonia no Palácio Tiradentes.

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