Trinidad e Tobago e Estados Unidos Intensificam Manobras Militares Contra o Narcotráfico Venezuelano no Caribe
A tensão geopolítica no Mar do Caribe atingiu novos patamares nas últimas semanas, com os Estados Unidos aprofundando suas operações militares na região e contando com o apoio explícito de países e territórios insulares. Dentre eles, Trinidad e Tobago se destaca como o principal parceiro regional, cedendo espaço e participando de exercícios que têm como alvo declarado as embarcações ligadas ao narcotráfico venezuelano.
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As ações militares dos EUA, que se desenrolam no sul do Caribe, são justificadas por Washington como um esforço para combater o que o governo norte-americano classifica como “narcoterrorismo” e organizações criminosas transnacionais, mirando diretamente o regime de Nicolás Maduro, a quem acusa de chefiar o chamado “Cartel de Los Soles”.
O Papel Central de Trinidad e Tobago
A cooperação entre Port of Spain e Washington tem sido um fator crucial para a Operação, que alguns veículos de imprensa referem como “Southern Spear” (Lança do Sul). O país caribenho não apenas declarou “apoio total” ao envio de recursos militares americanos, como também sediou manobras conjuntas de alto perfil.
Recentemente, o destróier USS Gravely da Marinha norte-americana chegou a Trinidad e Tobago para a execução de exercícios militares próximos à costa venezuelana. A primeira-ministra de Trinidad e Tobago, Kamla Persad-Bissessar, defendeu a aliança, afirmando que “o envio pelo governo dos Estados Unidos de recursos militares para o Caribe para destruir os cartéis terroristas do narcotráfico conta com o apoio total” do seu governo, visando a segurança dos seus cidadãos.
A postura trinitense levou a um rápido e drástico deterioramento nas relações diplomáticas com Caracas. O governo de Nicolás Maduro reagiu duramente, acusando o país vizinho de servir aos interesses dos EUA e chegando a declarar Kamla Persad-Bissessar como persona non grata na Venezuela.
Intensificação e Ações de Alto Risco
As últimas atualizações da ofensiva americana indicam uma escalada na presença e na agressividade das operações. Fontes do Comando Sul dos EUA e do Pentágono confirmam o deslocamento de um grande contingente, estimado em mais de uma dúzia de navios de guerra e cerca de 15 mil militares na região.
Nos últimos meses, houve uma série de ataques a embarcações suspeitas de tráfico de drogas, tanto no Caribe quanto no Pacífico Oriental. Estes ataques, realizados com o uso de robótica e sistemas autônomos, resultaram em dezenas de mortes entre os supostos traficantes, referidos por oficiais americanos como “terroristas” ou “narcoterroristas”.
Um dos incidentes mais recentes ocorreu no início de dezembro, quando o Comando Sul confirmou mais um ataque no Pacífico contra uma embarcação transportando narcóticos, seguindo-se a outros ataques no Caribe em novembro e outubro. As ações geraram controvérsia e pressão de congressistas, especialmente após relatos de que alguns barcos atacados em águas internacionais não tinham os Estados Unidos como destino final, mas sim países como o Suriname.
Resposta de Maduro e Risco de Escalada
Em resposta à intensificação da presença militar estrangeira em suas fronteiras marítimas, o presidente venezuelano Nicolás Maduro negou qualquer envolvimento com o tráfico de drogas e elevou o tom de sua defesa. Caracas realizou exercícios militares de grande escala e ameaçou “declarar constitucionalmente uma república em armas” em caso de ataque. Maduro chegou a alegar possuir mísseis russos para defender o país.
A presença de grandes ativos, como o porta-aviões USS Gerald R. Ford na região, e a retórica de Donald Trump, que em diferentes ocasiões elogiou os ataques e não descartou a possibilidade de uma “ofensiva militar em terra” na Venezuela, colocam a região em alerta máximo.
Analistas internacionais alertam, contudo, que uma invasão terrestre na Venezuela seria improvável e um “tiro no pé” para os EUA, mas a pressão contínua e a realização de ataques pontuais demonstram uma estratégia clara de Washington e seus aliados caribenhos para desestabilizar o alto escalão do governo venezuelano e interromper o fluxo de narcóticos para a América do Norte.





