A Conmebol (Confederação Sul-americana de Futebol) anunciou nesta semana sanções ao clube paraguaio Cerro Porteño por atos racistas contra o jogador Luighi, do Palmeiras, durante partida da Libertadores Sub-20, disputada na última quinta-feira (06). O meia brasileiro foi alvo de insultos e gestos discriminatórios após marcar um dos gols da vitória por 3 a 0 do time verde. A decisão reforça o posicionamento da entidade no combate à discriminação no futebol.
De acordo com o comunicado oficial, o Cerro Porteño foi multado em US$ 50 mil e terá uma seção do estádio General Pablo Rojas (conhecido como La Olla) interditada por dois jogos em competições organizadas pela Conmebol. Além disso, o clube precisará promover campanhas educativas antidiscriminação em suas plataformas digitais e no estádio. A punição foi definida após análise de vídeos e relatos que comprovaram as agressões racistas dirigidas a Luighi.
O Palmeiras emitiu nota repudiando o episódio e elogiou a “postura firme” da Conmebol. Em suas redes sociais, o clube paulista destacou: “O racismo não tem lugar no futebol ou na sociedade. Apoiamos todas as medidas para erradicar essa chaga”. Luighi, de 18 anos, também se pronunciou: “Não vou calar diante do ódio. Espero que essa punição sirva de exemplo para que ninguém mais passe por isso”.
A decisão ocorre em um contexto de fortalecimento das políticas antidiscriminação na América do Sul. Em 2023, a Conmebol ampliou o protocolo para casos de racismo, incluindo a possibilidade de perda de pontos ou desclassificação em competições. Incidentes recentes, como os ocorridos em partidas entre Independiente del Valle e Barcelona de Guayaquil, também resultaram em multas pesadas.
O Cerro Porteño, por sua vez, afirmou que “repudia qualquer forma de discriminação” e prometeu colaborar com as autoridades. Entretanto, torcedores e entidades antirracismo cobram ações mais contundentes, como a identificação e punição dos envolvidos diretamente nos insultos.
Enquanto isso, a partida entre as equipes na fase semifinal da competição segue marcando o debate sobre a necessidade de educação e fiscalização nos estádios. Para especialistas, a sanção é um avanço, mas o caminho para mudança cultural ainda é longo.
Contexto histórico: Em 2021, a Conmebol aplicou multa de US$ 100 mil à Federação Chilena por cânticos racistas de torcedores contra o jogador colombiano Edwin Cardona. O caso reforça a tendência de punições financeiras e simbólicas para coibir a discriminação.
A Libertadores Sub-20 segue em andamento, com o Palmeiras buscando seu segundo título na categoria. Já o Cerro Porteño, além das consequências esportivas, enfrenta danos à sua imagem internacional. O recado da Conmebol é claro: racismo não será tolerado.
Com informações de agências e portais esportivos.