A polêmica dos pedágios no Paraná ganha mais um capítulo controverso sob a gestão de Ratinho Jr. Desta vez, o foco está no leilão do Lote 6, que abrange um total de 662 quilômetros de rodovias, incluindo as BR-277 e BR-163, além de estradas estaduais como a PR-158, PR-180, PR-182, PR-280 e PR-483. Apesar da extensão expressiva e do impacto direto para os motoristas que percorrem o trajeto de Foz do Iguaçu ao litoral paranaense, o desconto oferecido pela única concessionária participante foi de apenas 0,08%. Isso equivale a insignificantes dez centavos de redução por praça de pedágio.
A promessa de pedágios mais baratos, amplamente divulgada durante a gestão, parece ter ficado apenas no discurso. A realidade é um contrato que pode se estender pelos próximos 35 anos, garantindo valores considerados abusivos e prejudiciais à população. Especialistas e críticos apontam que a ausência de concorrência no leilão foi determinante para esse resultado, sugerindo falta de transparência no processo e uma suposta blindagem às grandes corporações que dominam o setor.
A indignação cresce nas redes sociais, onde internautas já apelidaram o episódio de “Black Fraude do Pedágio”. Comentários enfatizam o descaso com os motoristas e a falta de compromisso do governo em oferecer uma solução mais justa. “O que vemos é uma manobra para manter os altos custos que sempre penalizaram os paranaenses, agora com um verniz de legalidade”, afirma um analista de infraestrutura.
Com o contrato firmado, as expectativas de melhorias para as rodovias do Lote 6 são incertas. No entanto, o que parece garantido é o peso no bolso do usuário, reforçando a sensação de que o Paraná está refém de tarifas insustentáveis. Para muitos, o caso escancara o abismo entre as promessas de campanha e a prática administrativa de Ratinho Jr., gerando questionamentos sobre a condução de projetos estratégicos no estado.
O Paraná, que já protagonizou debates acirrados sobre o tema dos pedágios, enfrenta agora um novo ciclo de insatisfação popular. A “Black Fraude” de 2024 pode entrar para a história como mais um exemplo de como decisões públicas podem ignorar o clamor da sociedade em benefício de interesses obscuros.