A Polícia Federal (PF) detalhou nesta segunda-feira (19), a operação que culminou na prisão de um dos chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC) na Bolívia. A ação, fruto de cooperação internacional, demonstra a atuação da facção criminosa para além das fronteiras brasileiras e o esforço das autoridades em desarticular suas lideranças.
O criminoso, conhecido como “Tuta”, foi detido pela polícia boliviana em Santa Cruz de la Sierra ao comparecer a um posto policial para resolver pendências de sua situação migratória. Utilizando um documento falso com o nome de Maycon da Silva, ele teve sua verdadeira identidade confirmada graças ao uso da base biométrica da PF. A fraude documental já constava nos sistemas de segurança, o que possibilitou o reconhecimento e a prisão.
“Ele estará em máxima segurança. Esse preso está à disposição da Justiça e, com base nas informações que temos, não acredito que vá sair tão cedo do sistema prisional”, afirmou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, em declaração repercutida pela imprensa.
Investigações apontam que “Tuta” exercia um papel de liderança importante dentro da organização criminosa, sendo apontado pelo Ministério Público (MP) em 2020, durante a Operação Sharks, como o responsável por comandar os integrantes soltos do PCC, mantendo contato direto com a cúpula encarcerada. Além disso, ele foi condenado por movimentar aproximadamente R$ 1 bilhão para a facção entre 2018 e 2019, de acordo com o MP paulista.
A prisão de “Tuta” representa um duro golpe para o PCC e demonstra a efetividade da colaboração entre as forças de segurança do Brasil e de outros países na luta contra o crime organizado transnacional. O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, destacou a importância da cooperação internacional e a atuação de agentes da PF na Bolívia, que permitiram uma rápida interação com as autoridades locais.
Após a prisão na última sexta-feira (16), “Tuta” foi expulso do território boliviano e já se encontra no Brasil. No domingo (18), ele foi levado para a Penitenciária Federal em Brasília (PFBRA), onde permanecerá à disposição da Justiça. A expectativa é que a prisão de um líder de tamanha relevância traga impactos significativos na estrutura e nas operações do PCC.
Queda em solo estrangeiro: Chefe do PCC é preso na Bolívia em operação sigilosa
