A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está incorporando uma declaração do atual ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, para contestar as acusações no inquérito sobre os eventos de 8 de janeiro de 2023. Em entrevista ao programa “Roda Viva” da TV Cultura, Múcio afirmou que, durante a transição de governo, recorreu a Bolsonaro para facilitar o contato com os comandantes das Forças Armadas.
Múcio revelou que, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais de 2022, buscou a ajuda de Bolsonaro para estabelecer comunicação com os líderes militares. Ele destacou que, durante a transição, procurou Bolsonaro para ser recebido pelos comandantes das Forças Armadas.
Essa declaração é vista pela defesa de Bolsonaro como um elemento que demonstra a colaboração entre o ex-presidente e os militares durante o período de transição, sugerindo que não houve tentativa de golpe. A defesa pretende utilizar essa informação para refutar as acusações de envolvimento de Bolsonaro nos eventos de 8 de janeiro.
É importante notar que, em novembro de 2024, Múcio defendeu a anistia para casos considerados leves relacionados aos atos de 8 de janeiro, mas excluiu Bolsonaro e os militares de alta patente dessa medida.
A estratégia da defesa de Bolsonaro de utilizar a declaração de Múcio reflete a complexidade e as nuances do processo investigativo em andamento, que busca esclarecer os eventos que ocorreram em 8 de janeiro de 2023.